quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Teerão suspende lapidação e revê pena


Autoridades judiciais estão a rever envolvimento de Ashtiani na morte do marido

As autoridades iranianas anunciaram ontem a suspensão da sentença que condenava Sakineh Mohammdi Ashtiani a morrer lapidada por cumplicidade no homicídio do marido e por adultério.

O anúncio foi feito por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano horas depois do Parlamento Europeu ter aprovado por unanimidade uma resolução pedindo a suspensão da execução de Ashtiani e de o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ter classificado como "bárbara" a pena aplicada à iraniana no discurso do "estado da União" de terça-feira em Estrasburgo.

O sucedido em Estrasburgo foi apenas a manifestação mais recente de um vasto movimento internacional contra a lapidação de Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte em 2006 por duplo adultério e cumplicidade no homicídio do marido.

Um aspecto deste movimento diplomático de solidariedade ocorreu ontem em Lisboa com os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Luxemburgo, Luís Amado e Jean Asselborn, a apelarem ao seu homólogo iraniano para impedir a execução de Ashtiani.

O caso desta iraniana suscitou uma importante mobilização internacional e uma série de iniciativas diplomáticas que levaram, num primeiro momento, Teerão a suspender a execução em Julho. Desde então, responsáveis iranianos indicam estar em revisão a sentença, dando a entender que a lapidação poderá ser substituída por outra forma de pena capital.

Esta possibilidade foi recordada pelo porta-voz da diplomacia iraniana, Ramin Mehmanparast, que disse estar em "revisão" o envolvimento de Ashtiani no homicídio do seu marido, sucedido em 2005.

O advogado da iraniana, Javid Houtan Kian, tem referido nas últimas semanas que nunca surgiram no processo daquela quaisquer acusações ou factos envolvendo Ashtiani na morte do marido.

A primeira sentença de 2006 contemplava apenas a situação de relação ilícita com dois homens, facto posterior ao homicídio do marido, e pelo qual Ashtiani foi condenada a 99 vergastadas. Posteriormente, aquela acusação foi transformada em duplo adultério, crime pelo qual foi condenada à pena capital por lapidação.

fonte: DN

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