terça-feira, 30 de agosto de 2011

Autarca italiano cria nova moeda em sinal de protesto



O presidente da câmara de Filettino, Itália, está contra a proposta do governo italiano que visa a fusão de cidades com menos de 1000 habitantes no intuito de economizar meios.

Luca Sellari é contra a fusão com Trevi, a cidade vizinha de Filettino. E como protesto criou a nova moeda denominada "Fiorito", onde nas notas aparece a foto da sua cara.

O presidente da Câmara afirmou que "com um pouco de empenho" irá conseguir a independência e conta com o apoio da população.

Filettino situa-se a 100 quilómetros de Roma e conta com cerca de 550 habitantes. Sellari quer transformar a cidade num principado, seguindo o exemplo de San Marino.

fonte: DN

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Manuel de Arriaga foi eleito o primeiro chefe de Estado






















Manuel de Arriaga, no palacio de Belém, com algumas individualidades politicas, tendo á sua direita Bernardino Machado

Há cem anos, o advogado e professor Manuel de Arriaga foi eleito o primeiro Presidente da República Portuguesa, cargo que ocupou durante quatro anos, muito longe do 'recorde' de Óscar Carmona, que esteve em Belém 25 anos.

Manuel de Arriaga foi eleito a 24 de Agosto de 1911, mas resignou antes do final do mandato, a 26 de Maio de 1915, numa altura de grande instabilidade governativa. Saiu do Palácio de Belém escoltado por forças da Guarda Republicana.

Teófilo Braga substituiu Manuel Arraiga a 14 de Maio de 1915. Contudo, acabaria por ser um Presidente de transição, por apenas quatro meses.

O terceiro Presidente da I República foi Bernardino Machado, que ocupou por duas vezes a chefia do Estado, entre 1915-1919 e 1925-1929, não tendo cumprido nenhum dos mandatos até ao fim.

Sidónio Pais foi o quarto Presidente e o primeiro a ser eleito por sufrágio direto e universal. O mandato acabaria por ser interrompido oito meses mais tarde com o seu assassinato na estação do Rossio.

João do Canto e Castro foi o 'inquilino' seguinte do Palácio de Belém. Depois de um mandato marcado por revoltas e tentativas de restauração monárquicas, a 05 de outubro de 1919 passou o testemunho a António José de Almeida, o médico que acabou por ser o único chefe de Estado da I República que cumpriu os quatro anos de mandato estabelecidos na Constituição.

Manuel Teixeira Gomes teve depois um mandato marcado pela instabilidade governativa, acabando por se demitir em 1925, dois anos depois de tomar posse.

Mendes Cabeçada assumiu de seguida a chefia do Estado, mas por escassas semanas, acabando afastado do cargo por Gomes da Costa, que liderou no final de maio o golpe militar que a partir de Braga pôs fim à I República.

Gomes da Costa ocupou a chefia do Estado e do Governo entre 17 de junho e 9 de julho de 1926, altura em que foi deposto por Óscar Carmona e Sinel de Cordes.

Eleito Presidente da República por decreto de 1926, Óscar Carmona recorreu às urnas dois anos depois para legitimar o seu poder. Foi reeleito em 1935 e 1942, mantendo-se no cargo até à morte, a 18 de Abril de 1951.

Em pleno regime salazarista, o nome escolhido para suceder a Óscar Carmona foi o de Craveiro Lopes, que cumpriu apenas um mandato, até 1958.

Eleito pela primeira vez a 8 de Junho de 1958, Américo Tomás foi depois reeleito em 1965 e 1972, por colégio eleitoral, mantendo-se em Belém até ao dia 25 de Abril de 1974, quando foi derrubado pelo Movimento das Forças Armadas.

Já em democracia, António Spínola foi nomeado Presidente da República pela Junta de Salvação Nacional a 15 de Maio de 1974, demitindo-se menos de seis meses depois.

Costa Gomes assumiu de seguida a chefia do Estado, também por indicação da Junta de Salvação Nacional, mantendo-se em Belém até 14 de Julho de 1976.

Dando início a uma época de estabilidade na Presidência da República, Ramalho Eanes foi eleito a 27 de Junho de 1976.

Cinco anos mais tarde, foi reeleito para um segundo mandato, que terminou a 9 de Março de 1986, altura em que Mário Soares assumiu a chefia do Estado, depois de umas eleições renhidas e só decididas à segunda volta.

Soares foi mais tarde reeleito para um segundo mandato, que cumpriu entre Março de 1991 e Março de 1996. Dez anos depois, ainda se candidatou a um terceiro mandato, mas acabou derrotado pelo atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Em 1996, Jorge Sampaio chegou a Belém e também ele cumpriu a 'tradição' candidatando-se para um segundo mandato cinco anos mais tarde, eleição que venceu sem dificuldades.

A 9 de Março de 2006 teve início o primeiro mandato do actual chefe de Estado, que cumpre agora os últimos cinco anos em Belém, depois da reeleição que garantiu no início deste ano.

fonte: DN

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Coco Chanel era espiã nazi, revela nova biografia da estilista



Coco Chanel teria sido espiã dos nazis durante a Segunda Guerra Mundial e conseguiu escapar da prisão e da morte como colaboradora para se reinventar, no exílio na Suíça, revela uma explosiva biografia sobre a estilista francesa que será lançada nesta terça-feira, nos Estados Unidos.

"Sleeping with the Enemy: Coco Chanel's Secret War" (Dormindo com o Inimigo: a Guerra Secreta de Coco Chanel, numa tradução livre) do jornalista Hal Vaughan afirma ter juntado todas as peças do quebra-cabeças sobre os rumores nunca verificados sobre o passado nazi desta rainha da moda.

"Sleeping with the Enemy' fala sobre como Coco Chanel tornou-se parte da operação de inteligência alemã; como e porque foi alistada em missões de espionagem, como escapou da prisão na França depois da guerra, apesar do conhecimento de suas actividades", afirma a editora Knoff em comunicado.

Entre as revelações do livro estão incluídas documentação com o número de agente nazi de Chanel, uma missão que realizou na Espanha, em troca da libertação de um sobrinho detido e sua relação com líderes do nazismo, como Hermann Goering e Joseph Goebbels, entre outros.

O livro do escritor e jornalista americano Hal Vaughan também apresenta provas sobre as ações de Chanel para encobrir outros espiões nazis e uma tentativa de apropriar-se de bens de seus sócios judeus, afirma a editora na nota à imprensa.

Hal Vaughan descreve em detalhes a relação de Chanel com o barão Hans Gunther von Dincklage, um oficial alemão dos serviços secretos, mencionada em outras biografias da estilista, mas cuja verdadeira influência é apresentada pela primeira vez.

"Dincklage é revelado aqui como um mestre da espionagem nazi e um agente da inteligência militar alemão que tinha a seu dispor uma rede de espiões no Mediterrâneo e em Paris que reportava directamente ao ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels, considerado a mão direita de Hitler", diz o comunicado.

A vida de Coco Chanel (1883-1971) é um filme em si, já que de órfã pobre transformou-se numa das grandes estilistas do século XX e que ainda fascina, 40 anos depois de sua morte.

fonte: Noticias BOL

Obama gasta 2,2 milhões em autocarros blindados


















O Presidente dos EUA está em digressão por três estados do país e estreia nesta viagem um de dois autocarros blindados, que no futuro não serão usados apenas por Barack Obama. Mas o facto de cada um destes 'Bus Force One', como lhes chama a imprensa, ter custado 1,1 milhões de dólares está a levantar críticas.

Segundo os Serviços Secretos norte-americanos, estes dois veículos foram adquiridos há uns meses para a frota de protecção do Presidente. Têm todo o equipamento de segurança e comunicação necessários para garantir que o líder norte-americano está permanentemente actualizado e corre riscos mínimos, descreve o El Mundo.

Ed Donovan, porta-voz dos Serviços Secretos, argumentou que os autocarros, que até agora costumavam ser alugados, serão utilizados por outros altos dirigentes do país. Donovan não quis dar detalhes sobre o veículo, mas admitiu que são similares à "Besta", o nome dado à limusina blindada em que viajam os Presidentes dos EUA. Tendo em conta esta referência, os autocarros de vidros pintados e luzes de alerta azuis e vermelhas devem ter portas blindadas, vidros à prova de balas e carroçarias suficientemente fortes para aguentarem ataques químicos ou de lança-granadas.

Apesar de a viagem pelos estados de Minnesota, Iowa e Illinois ter carácter oficial, o presidente do Comité Nacional do Partido Republicano, Reince Priebus, convocou uma conferência de imprensa no primeiro estado para criticar a digressão paga pelos contribuintes, diz o El Mundo.

fonte: DN

sábado, 13 de agosto de 2011

Reino Unido. 1600 pessoas detidas devido aos distúrbios



Motins em Totenham, Londrese

O número de detidos devido aos distúrbios, que ocorrem desde sábado, em várias cidades do Reino Unido, ascendeu aos 1600, sendo que 796 já foram acusados, segundo os últimos dados do Ministério britânico da Justiça.

Só em Londres, foram detidas, entre sábado e terça-feira, 1103 pessoas por atos violentos, desordens e roubos, das quais 654 foram acusadas, segundo os últimos dados da Scotland Yard, citados pela agência espanhola Efe.

Entretanto, a Polícia Metropolitana de Londres voltou hoje a deter menores, dois adolescentes de 16 e 17 anos, suspeitos de assaltar lojas de luxo no bairro de Chelsea.

Cinco pessoas morreram, até ao momento, devido à onda de violência, a última delas um homem de 68 anos. As autoridades estão a investigar um jovem de 22 anos por este assassinato.

O homem, Richard Mannington Bowes, foi atacado por um grupo de jovens, enquanto tentava apagar um incêndio em Ealing, tendo ficado com graves feridas na cabeça que o deixaram em coma.

As outras vítimas dos distúrbios foram um homem de 26 anos, que morreu dentro de um carro, com feridas de bala, e três muçulmanos atropelados em Birmingham, quando tentavam proteger uma loja.

fonte: Jornal i

Há 50 anos o mundo acordou com o Muro de Berlim


Quando um muro tem nascimento, morte e vida é porque não é um muro qualquer. Inspiração para filmes, clássicos da literatura, música e até arte urbana. O muro de Berlim separou a Europa mas uniu a cultura




















Atravessar o muro de Berlim foi durante décadas a derradeira prova de um espião, tanto no cinema como na literatura. E na vida real, claro. Alfred Hitchcock e Billy Wilder foram os primeiros a utilizar o potencial infindável de histórias que um gradeamento de metal com mais de 60 km, 302 torres de observação, 127 redes electrificadas e 255 pistas de corrida para cães de guarda tinha. A 13 de Agosto de 1961, o mundo conhecia a cara visível da Guerra Fria: o muro de Berlim. Demorariam quase 30 anos até a Europa deixar de estar dividida entre comunistas e capitalistas. Hoje assinalam-se os 50 anos da construção do Muro e olhamos para a sua herança cultural. Do graffiti, à literatura, passando pela música.

O espião que veio do frio

1963 Dois anos depois da construção do muro, o génio dos romances de espiões, John Le Carré, utiliza o Muro de Berlim para começar e terminar “O Espião que Veio doFrio”. Alec Leamas (Richard Burton no filme de Martin Ritt) é um espião inglês, do MI6, em plena guerra fria, com uma vida muito mais cinzenta e menos glamourosa que 007. Vive momentos intensos junto ao muro que quem leu ou viu o filme não esquece. “Sou um homem, seu idiota. Percebes? Um simples, modesto, desordenado e atrapalhado ser humano. Temos disso no ocidente, sabes.”

Cortina rasgada

1966 Winston Churchill foi o pai da expressão cortina de ferro, em 1946. Uma imagem perfeita para definir um continente dividido em Europa Ocidental e Oriental. Alfred Hitchcock apoderou-se da expressão para fazer um filme sobre um engenheiro aeroespecial (Paul Newman) que deserta para Berlim Oriental com a noiva (Julie Andrews). Na realidade, ele está a trabalhar para os americanos e tem de encontrar um fórmula matemática importantíssima. Não se tornou um clássico mas vale pela luta desesperada de cada um dos lados da cortina para obter o poder.

Keith Haring e a arte urbana

1986 O muro serviu como uma tela branca para vários artistas. Keith Haring foi um deles quando em 1986 fez um mural, no lado ocidental, claro. O artista foi convidado pelo Museu Charlie Checkpoint e desenhou uma corrente de humanos em 91,44 metros. “É uma cadeia interligada de figuras humanos, ligadas através das mãos e pés. A cadeia representa claro a unidade das pessoas em oposição ao que simboliza o muro. Pintei o mural com as cores da bandeira alemã: preto, vermelho e amarelo”, disse Keith Haring ao seu biógrafo. Durante décadas o muro foi sendo pintado e transformado em diário. Vários artistas conhecidos e desconhecidos deixaram a sua marca. Uma das pinturas mais conhecidas é o beijo fraternal, ou melhor na boca, entre Honecker, líder de Berlim Oriental, e Brezhnev, líder russo.

As asas do desejo

1987 O clássico de Wim Wenders surgiu dois anos antes da queda do muro. Uma reflexão sobre a existência humana, o divino e mortal. A acção decorre em Berlim, no pós-guerra, quando o batalhão de anjos aterra na cidade. Está visto que tinham muito trabalho em mãos tal não era a quantidade de almas tristes e deprimidas. Ainda assim, o amor prevalece (perdoe-nos a lamechice, mas é verdade). Um dos anjos apaixona-se por uma humana e está um sarilho armado. Lembra-se do filme “Cidade dos Anjos” com Nicolas Cage? Esse foi inspirado neste.

The Wall e David Hasselhoff

1989/1990 “Eu sou uma bola de berlim”, disse o Presidente dos Estados Unidos, JFK, no seu discurso mítico, em vez de dizer “sou berlinense”. Nessa altura os alemães perceberam que os americanos eram bem divertidos, por isso não estranharam quando David Hasselhoff – meses de depois do muro cair – cantou junto ao muro de Berlim com um cachecol com teclas de piano e um casaco com luzes a piscar. Ele era o ícone dos anos 80, o Michael Knight que abria caminho para o capitalismo. Um evento musical mais sério foi o concerto de beneficência em 1990 de Roger Waters que juntou Bryan Adams, Cyndi Lauper, Scorpions, Joni Mitchell e tantos outros num tributo a Berlim. Muitos músicos já tinham criado temas sobre o muro. Quem não se lembra de Elton John com “Nikita” ou Sex Pistols com “Holidays in the Sun”?

Adeus Lenine

2003 É uma bonita história de amor entre mãe e filho e o impacto das desilusões políticas. Um retrato intemporal da Guerra Fria e do dia-a-dia dos berlinenses. O filme começa em 1978. Christiane Kerner (Katrin Saß), uma fiel trabalhadora do regime entra em coma e acorda em 1990. O mundo que conhecia desapareceu, os anúncios de Coca-Cola já invandiram Berlim Oriental e o muro não existe. O filho Alexander ‘Alex’ Kerner (Daniel Brühl) vai fazer tudo para a proteger de um choque fatal. O filme de Wolfgang Becker ganhou o César em França.

A vida dos Outros

2006 O vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro conta a história de um agente da polícia secreta em Berlim Oriental no ano de 1984.É um retrato comovente de como um apagado Hauptmann Gerd Wiesler vigia artistas e políticos dissidentes    obrigando-os a pararem ou irem para a prisão. O filme de Florian Henckel von Donnersmarck mostra como se vivia numa estrutura social que punha todos em risco de vida. O próprio actor principal, o alemão Ulrich Mühe tinha sido espiado pelas autoridades durante a Guerra Fria. Pior ainda, descobriu que a sua mulher na altura era uma informadora da Stasi.

fonte: Jornal i

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Morreu o fadista e estudioso de fado José Manuel Osório


José Manuel Osório, numa fotografia de 2001 

O fadista e estudioso de fado José Manuel Osório, 64 anos, morreu esta quinta-feira em Lisboa. Era considerado o mais antigo caso de um doente com sida em Portugal.

José Manuel Osório, distinguido este ano com o Prémio Amália Rodrigues Ensaio/Divulgação, tinha-se destacado nos últimos anos como investigador do fado, tendo coordenado as colecções discográficas “Fados da Alvorada” e “Fados do Fado” na etiqueta da Movieplay Portuguesa.

Osório receberia em Novembro o Prémio Amália Ensaio/Divulgação que seria a sua consagração como investigador na área do fado, em que se tinha destacado nas últimas décadas, disse o musicólogo Rui Vieira Nery.

O músico trabalhava recentemente numa pesquisa sobre a imprensa fadista e deixa pronto para publicar um texto de introdução à reedição do livro “O Fado e os seus censores”, de Avelino de Sousa.

O interesse pelo fado começou quando se matriculou na Faculdade de Direito. Frequentava as casas de fado da linha de Cascais que, segundo afirmou, eram “espaços de alguma revolta em relação às casas de fado que proliferavam nos bairros históricos de Lisboa, e que transformavam o prazer de cantar numa obrigação”.

Nas casas de fado de Cascais como “Estribo” ou “Cartola”, conheceu fadistas e poetas, nomeadamente Vasco de Lima Couto, que lhe ofereceu um poema para cantar, e José Carlos Ary dos Santos, que lhe escreveu um poema, também para ser cantado, o decassílabo “Desespero”, a partir de um soneto incluído no livro “A Liturgia do Sangue”.

Osório fundou o Grupo Independente de Teatro da Faculdade de Direito, que dirigiu e para o qual encenou “O Homúnculo”, de Natália Correia, o primeiro texto desta autora a ser representado em público.

O investigador tinha-se anteriormente inscrito no curso de teatro do Conservatório e trabalhara durante seis anos no Teatro Estúdio de Lisboa, dirigido por Luzia Maria Martins.

José Manuel Osório gravou o primeiro disco em 1968, com poemas de Ary dos Santos, Lima Couto, Manuel Alegre, Mário de Sá Carneiro, António Botto, João Fezas Vital, Lídia Neto Jorge, António Aleixo e Maria Helena Reis. No ano seguinte, gravou o segundo disco e recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Disco do Ano.

Em 1970 a Casa da Imprensa distinguiu-o com o Prémio para o Melhor Fadista, mas foi impedido de cantar no palco do Coliseu, pela polícia política de então, a PIDE-DGS.

À agência Lusa Rui Vieira Nery afirmou que “José Manuel Osório foi dos primeiros da sua geração a fazer a ponte entre o fado e o sector intelectual da oposição democrática”.

Partiu para Paris onde trabalhou num restaurante onde se cantava fado e conheceu José Mário Branco, Sérgio Godinho e Luís Cília, entre muitas outras personalidades.

Na década de 1970, dinamizou o teatro amador, levando à cena dezenas de espectáculos que se apresentavam essencialmente nas colectividades de Lisboa. Conquistou o primeiro Prémio do Festival de Teatro Amador com o Grupo Oficina de Teatro de Amadores em Alfama, com o texto “Soldados” de Carlos Reyes.

Editou o quarto disco, em que incluiu poemas de Fernando Pessoa, Manuel Alegre, António Aleixo, Francisco Viana, Martinho da Rita Bexiga, António Gedeão, Alda Lara, entre outros. Colaborou com vários músicos como António Chaínho, Arménio de Melo, Manuel Mendes, José Nunes, Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Pedro Caldeira Cabral, Pedro Leal, Joel Pina e Martinho D’Assunção, entre outros.

As pesquisas sobre o fado iniciou-as em 1973 quando definitivamente regressou a Portugal, tendo escolhido como matéria de investigação o fado operário e anarco-sindicalista, com o intuito de o cantar.

Após a revolução de 1974, participou na fundação do grupo de teatro A Barraca, compôs música para peças de teatro e gravou três discos de fado tradicional. A carreira discográfica pode então ser dada como encerrada, apesar de ter gravado o ano passado “Fado da Meia Laranja” para uma colectânea do poeta José Luís Gordo.

Iniciou uma carreira como produtor de espectáculos e agente de artistas, actividade que manteve até 1990. Sempre ligado à organização da Festa do Avante, participou activamente na criação de um espaço fadista, o “Retiro do Fado”.Em 1993, a convite do musicólogo Ruben de Carvalho, organizou “As Noites de Fado da Casa do Registo”, inseridas na Lisboa/94, Capital Europeia da Cultura. Em 1998 coordenou as Festas da Cidade de Lisboa.

Colaborou com o Museu do Fado, organizou colóquios e várias iniciativas ligadas ao fado, participando como autor na obra “Um século de fado”.

Em 2005 coordenou o projecto “Todos os Fados” para a revista Visão, posteriormente colaborou na antologia dos fadistas Fernanda Maria e Fernando Maurício, editadas pela Moviplay Portuguesa e, para esta mesma editora, as séries “Fados da Alvorada” e “Fados do Fado”, trazendo à ribalta o repertório fadista desde a década de 1950 até 1974.

José Manuel Osório nasceu em Leopoldoville, atual Kinshasa, na República do Zaire, então Congo Belga, no dia 13 de Maio de 1947.

Aos dez anos veio estudar para Portugal, ingressando dois anos depois no Conservatório de Música de Lisboa, tendo terminado aos 15 o Curso Básico e Superior de Solfejo. Terminou com louvor e distinção o curso de piano aos 24 anos.

À imprensa garantiu que era cantado por Lucília do Carmo o primeiro fado que se lembrava ter ouvido.

fonte: Público

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mulheres organizam "Marcha das Putas"


As mulheres da Costa Rica vão organizar no próximo domingo a "Marcha das Putas", um movimento internacional que pretende lutar contra a violência sexual, anunciou esta quarta feira a organização do evento.

A marcha, que foi convocada por várias activistas femininas, pretende ser também uma resposta às declarações do bispo Francisco Ulloa, que durante uma celebração católica afirmou que as mulheres deveriam vestir-se com "recato" e "pudor".

Por esse motivo, as manifestantes vão reunir-se em frente à catedral de São José, segundo adiantou, em comunicado, uma das organizadoras da marcha, Rebeca Arquedas, citada pela agência espanhola Efe.

"Nós somos donas da nossa vida. Ninguém deve dizer-nos como nos devemos vestir, aquilo que devemos pensar ou o que devemos pensar. Pelo contrário, é necessário ensinar aos homens que não devem violar, agredir e abusar", diz o comunicado.

A primeira "Marcha das Putas" ocorreu em Abril, no Canadá, quando um polícia recomendou às mulheres não vestirem-se como "putas" para que não fossem vítimas de violência sexual.

Posteriormente, fizeram-se marchas no Reino Unido, Índia, México, Nicarágua e Honduras.

fonte: DN

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Desapareceram 41 crianças no ano passado


O SOS-Criança sinalizou 41crianças dadas como desaparecidas em 2010. A maioria fugiu de casa, mas também houve raptos parentais e fugas de instituições. Uns estiveram desaparecidos menos de dois dias, outros mais de um ano.

A maioria das crianças que desapareceu no ano passado tinha fugido de casa (25), mas também houve 10 casos em que se tratou de raptos parentais e outras seis situações em que os menores fugiram das instituições onde estavam, revela o relatório do SOS-Criança, um organismo criado em 1989 pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC). Dez menores estiveram desaparecidos menos de dois dias e sete menos de uma semana. O relatório indica ainda que em cinco casos o menor conseguiu estar incontactável entre uma a duas semanas e houve três crianças que desapareceram durante duas a três semanas.

Três menores fugiram durante três a quatro semanas e outros dois estiveram por localizar por um período superior a um mês. Em três casos, os menores desapareceram durante mais de meio ano e em quatro casos mais de nove meses. O relatório indica ainda que três menores estiveram mais de um ano desaparecidos. A maioria destas crianças tinha alguém "à sua espera": 12 estavam com o progenitor, 16 com os companheiros ou amigos e cinco com os irmãos. Quinze menores acabaram por regressar a "casa" por sua iniciativa, ao passo que em seis situações foi a família ou a polícia (seis vezes) que deslindou o caso. "Duas crianças não quiseram regressar a casa/instituição e nove têm processo aberto", refere o relatório, indicando que 12 dos "desaparecidos" eram reincidentes. Nos raptos parentais, em 13 casos os pais ainda estavam casados, oito estavam divorciados, seis separados havendo ainda duas uniões de facto ou solteiros.

O estado civil dos pais de nove crianças desaparecidas manteve-se desconhecido até agora. Foram precisamente os conflitos familiares a principal razão de fuga, seguindo-se a Internet e a influência de amigos. "A violência doméstica foi responsável por quatro desaparecimentos e os maus-tratos por três". O relatório aponta ainda casos de doenças psiquiátricas, negligência, problemas comportamentais, namoro e até uma história de um menor que fugiu para ir a um concerto. No ano passado desapareceram 31 raparigas e 10 rapazes e é perto do fim-de-semana que acontece a maioria dos casos: 11 numa sexta-feira, sete na quinta e outros cinco casos na segunda-feira. Quanto às idades, não existe um padrão: no ano passado desapareceram duas crianças de dois anos e seis com três, cinco, seis, sete, dez e onze anos, mas também cinco jovens de 16 anos e quatro de 17 anos. A maioria vivia em Lisboa (11). Em Évora e Bragança desapareceram quatro menores em cada um dos distritos. Setúbal, Braga, Coimbra, Faro, Leiria, Viseu, Santarém e Aveiro também registaram casos.

Na maior parte das situações o alerta foi feito pela família, mas também existiram onze fugas denunciadas pela comunidade e sete por profissionais de instituições ligadas a crianças. Em dois casos, foram os próprios "fugitivos" que contactaram os serviços SOS-Criança Desaparecida. Oito denúncias chegaram aos serviços SOS por e-mail, as outras 33 por telefone, revela o relatório que indica ainda que o Serviço de Crianças Desaparecidas já sinalizou 318 casos ao longo destes anos. Só no ano passado foram 41, metade dos registados em 2009, altura em que os serviços sinalizaram 88 crianças desaparecidas.

fonte: DN

sábado, 6 de agosto de 2011

Japão assinalou os 66 anos do lançamento da bomba atómica



Hiroshima foi este sábado palco da cerimónia dos 66 anos do lançamento da bomba atómica sobre a cidade com um apelo ao desarmamento e à revisão da política nuclear japonesa, num ano marcado pela crise na central nuclear de Fukushima.

Às 8.15 horas locais (0.15 horas em Lisboa), um minuto de silêncio e o toque de sinos assinalaram o momento em que a primeira bomba atómica empregue numa acção bélica caiu na cidade, três dias antes de uma segunda bomba ser lançada sobre a cidade de Nagasaki.

No final de 1945, as autoridades estimam que cerca de 140 mil pessoas tinham perdido a vida em Hiroshima e outras 74 mil em Nagasaki em consequência do ataque nuclear que conduziu à rendição do Japão a 15 de Agosto e ao fim da segunda Guerra Mundial.

Na cerimónia, em que participaram cerca de 53 mil pessoas, estiveram presentes representantes de 66 países, entre eles os Estados Unidos, que pelo segundo ano consecutivo enviou um representante da sua embaixada ao evento.

Na cerimónia, o presidente do município de Hiroshima, Kazumi Matsui, citou alguns testemunhos de sobreviventes do ataque nuclear, os quais, disse, conseguiram com ajuda de outras pessoas, reconstruir a cidade e hoje continuam em busca da paz "num mundo sem armas nucleares".

Kazumi Matsui, filho de um sobrevivente do ataque, abordou também a crise nuclear de Fukushima para dizer que o Governo japonês deve assumir que a confiança da população sobre a energia nuclear ficou desfeita e que, por isso, deveria rever urgentemente as suas políticas energéticas e estabelecer medidas concretas para "recuperar a confiança das pessoas".

Já o primeiro-ministro Naoto Kan, no seu discurso, comprometeu-se a continuar a trabalhar para a abolição das armas nucleares e para reduzir a dependência do Japão da energia nuclear depois da crise desencadeada em Fukushima, fortemente afectada pelo sismo e tsunami que sacudiram o nordeste do Japão a 11 de Março.

fonte: JN

Grécia abre fosso medieval para travar imigração



A Grécia está separada da Turquia por uma das fronteiras marítimas mais porosas da Europa, mas, em pleno século XXI, está a construir, ao estilo medieval, um fosso na única fronteira terrestre entre os dois países, para travar a imigração ilegal.

Segundo o El País, que cita o diário To Vima, está completo o primeiro troço, de 14,5 quilómetros, deste fosso, que, quando estiver completo, terá 120 quilómetros de comprimento, 30 de largura e sete de profundidade, e estender-se-á paralelamente ao longo do rio Evros. O fosso estará protegido por arames farpados, câmaras térmicas e sensores de movimento.

O governo de Atenas argumenta que se trata de uma questão de estratégia nacional para uma fronteira que separa a Grécia do seu mais antigo e tradicional inimigo, mas na realidade o objectivo é travar a imigração ilegal: no ano passado, dos 128 mil imigrantes ilegais que entraram na Grécia, o valor mais alto na União Europeia, 90% atravessaram a fronteira terrestre com a Turquia.

Mas, além de representar um elevado gasto numa altura em que a UE já teve de avançar com dois resgates financeiros a Atenas, "o fosso é também uma solução pírrica, porque não parece que se possa travar o fluxo migratório, em grande parte nas mãos de grupos organizados", escreve o diário espanhol.

fonte: DN

Mega êxito para vídeo onde presidente destrói um carro

O sucesso de um blindado de guerra a esmagar um Mercedes indevidamente estacionado no centro de Vilnius, capital da Lituânia, surpreendeu o presidente da Câmara local, autor e personagem do vídeo.


"Temos quase quatro milhões de visualizações no YouTube e ainda ocupamos o terceiro lugar da categoria 'Notícias e Política'", sublinhou à Lusa a porta-voz da autarquia, Irma Juskenaite. "Queríamos conseguir alguma atenção internacional, mas conseguimos um impacto muitíssimo maior do que o esperado", afirma a responsável. "Ainda temos jornalistas a ligarem-nos de todos os cantos do mundo." "A nossa intenção era enviar uma mensagem clara às pessoas com carros grandes e de luxo que não podem estacionar onde querem, ignorando os direitos dos peões e dos ciclistas", justifica Arturas Zuokas, presidente da Câmara de Vilnius. "Demonstra uma falta de respeito que não será tolerada", acrescenta Zuokas, assumindo o carácter humorístico deste vídeo.

Após destruir o Mercedes e cumprimentar o seu proprietário, o filme mostra o presidente da Câmara montado numa bicicleta e já a pedalar na pista por si desimpedida. Questionada pela Lusa se a prática é para levar a sério, Irma Juskenaite diz tratar-se apenas de um "aviso simbólico". No entanto, sustenta, "o presidente da Câmara já afirmou que está preparado para repetir esta performance a qualquer momento". De acordo com números da autarquia, todos os anos são multados em Vilnius entre 1500 e 2700 condutores que estacionam o seu carro em áreas proibidas. Na capital da Lituânia vivem cerca de 560 mil pessoas.

Arturas Zuokas, 43 anos e antigo repórter freelancer na primeira Guerra do Golfo, é também conhecido pela sua paixão por bicicletas e outros transportes alternativos, tais como bicicletas motorizadas e Segways. "O nosso projecto de bicicletas eléctricas em Vilnius, que toda a gente pode alugar, arranca já na próxima semana", adianta Irma Juskenaite. Arturas Zuokas foi presidente da Câmara Municipal de Vilnius de 2000 a 2007, pela União Liberal e do Centro. Em Abril deste ano candidatou-se como independente e foi reeleito por mais quatro anos.

fonte: DN

A crise financeira dos gregos explicada às crianças


Uma explicação sobre a crise financeira na Grécia e os seus efeitos no mundo, como uma BD. Afnal quem vai salvar o país e porquê?


Keynes versus Hayek. Um rap sobre macroeconomia


Há um ciclo de expansão e retracção a temer. Proteccionismo ou liberalismo: cada economista defende a sua teoria macroeconómica

fonte: Dinheiro Vivo



Gabinete do PM: quem são, quanto ganham

A lei estabelece o limite máximo dos vencimentos que podem ser atribuídos aos membros dos gabinetes do Governo. Mas estes limites (indexados à remuneração de um director-geral) não abrangem as pessoas que são requisitadas fora da administração pública, podendo o requisitadodos optar pela remuneração que tinha antes. No Governo de Pedro Passos Coelho há, para já, poucas, excepções a esta regra.

Fique a saber quanto ganha cada membro de um gabinete.

Chefe de gabinete

Dispõe de um vencimento base e de um valor para despesas de representação que no caso do chefe de gabinete do primeiro ministro totaliza 4.592,43 euros. Este valor baixa para os 3.892,53 euros nos chefes de gabinete dos ministros.

No actual Governo há algumas excepções a esta regra. É o caso, por exemplo, da chefe de gabinete do ministro da economia, que aufere 5.821,30 euros ou ainda do chefe de Gabinete do ministro da Segurança Social que optou também por manter o vencimento que auferia na consultora de gestão onde trabalhava.

Assessor

Tem também direito a vencimento base acrescido de despesas de representação, o que lhe confere uma remuneração ilíquida mensal de 3.653,81 euros. A lei estipula que apenas o primeiro-ministro possa ter a figura de assessor no seu gabinete, mas a história recente tem mostrado que esta regra não é integralmente acatada. No actual Governo há algumas nomeações com esta designação, mas a auferir vencimentos inferiores àquele montante.Numa recente auditoria, o Tribunal de Contas chamou a atenção para esta questão, sublinhando que se tem verificado uma substituição indevida da figura de especialista pela de assessor.

Adjunto

O primeiro-ministro pode ter até um máximo de 15 e cada um pode ganhar 3.287,08 euros por mês. Já cada ministro pode nomear cinco e o vencimento previsto é de 3.068,33 euros. Também aqui há excepções, com alguns dos requisitados a optarem pelo vencimento de origem. Exemplo disso é uma das adjuntas do ministro da Saúde que está a auferir 4.398,85 euros.

Secretária pessoal

Tem um vencimento base equivalente a 55% do de um director-geral, o que dá 1.882,76 euros. Neste tipo de função, ao contrário de todas as outras atrás referidas, não existe verba para despesas de representação.

Especialista

Os membros do Governo podem contratar especialistas para os seus gabinetes, e neste caso a lei não lhes impõe qualquer limite, nem de número nem de salário a pagar. Vários ministros do actual Governo contrataram especialistas, com uma remuneração média que ronda os 3.100 euros.

Conselheiro Técnico

É outra dos cargos para os quais não existe nem limite de número de nomeações nem para o vencimento, ainda que exista a legislação geral que impõe como tecto máximo o equivalente a 75% do vencimento do Presidente da República

Motorista

Passos Coelho e os seus ministros nomearam já vários motoristas paras os respectivos gabinetes. Os vencimentos são muito variados, havendo, na dependência do primeiro ministros motoristas que auferem 583 euros e outros que ultrapassam os mil euros mensais.

As remunerações dos membros dos gabinetes estão indexadas à dos directores-gerais, sendo acrescidas de despesas de representação.


Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian
Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian