Uma exposição para esconjurar o passado nazi
Cidade assinala julgamento de responsáveis do III Reich, iniciado em 1945
Cidade indissociavelmente ligada à ascensão dos nazis e do III Reich, Nuremberga quer recordar através de uma exposição permanente que foi também a cidade do seu julgamento, há 65 anos.
A cidade foi palco de eventos gigantescos organizados pelo partido nacional-socialista, e foi aqui que foram publicadas as leis antijudaicas. Hitler considerava-a a "capital espiritual" do seu império. Mas foi também aqui que, a 20 Novembro de 1945, 21 responsáveis do regime nazi começaram a ser julgados no primeiro processo de Nuremberga, que lançou os fundamentos da justiça internacional (ver caixa).
É para comemorar este processo histórico e exemplar que é hoje inaugurada uma exposição no espaço onde sucedeu o julgamento.
Entre as peças mais importantes encontra-se os bancos onde se sentaram os acusados, em especial Herman Göring, um dos mais eminentes dirigentes nazis a ser julgado. Göring escapou ao enforcamento ao tomar cianeto horas antes da execução.
"Durante anos, os bancos estiveram no sótão", disse à AFP o conservador Henrike Zentgraf. "Mas tirando isso, já há poucas coisas desse tempo".
Recortes da imprensa da época, entre os quais uma página dupla da revista Life com a foto dos cadáveres dos 11 condenados à morte, estão também expostos. Estas fotos foram feitas para matar à nascença qualquer rumor de que eles poderiam estar vivos, mesmo se na época não tivessem uma grande divulgação.
A exposição aborda a influência dos processos de Nuremberga nas jurisdições criadas após conflitos, como o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia.
"A culpabilidade [dos dirigentes nazis] era óbvia, mas tiveram, ainda assim, direito a um processo", diz Juliana Rangel, responsável da biblioteca do Tribunal Internacional de Justiça da ONU. "Foi um processo muito bem conduzido, no respeito do direito dos acusados. Foi uma referência", diz.
fonte: DN
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