Júlio Resende morreu esta quarta-feira, em Valbom, Gondomar, aos 93 anos, disse à Lusa um amigo do pintor.
O corpo do pintor ficará em câmara-ardente na igreja paroquial de Valbom, em Gondomar.
Nascido no Porto a 23 de Outubro de 1917, filho de um comerciante e de uma professora de música, Júlio Resende diplomou-se em pintura, em 1945, pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto.
Fez trabalhos de ilustração para vários jornais do Porto, entre os quais o "Jornal de Notícias", "O Primeiro de Janeiro" e "O Papagaio".
A primeira exposição do artista realizou-se em 1946, em Lisboa, cidade onde conhece Almada Negreiros. Resende volta a viver no Porto em 1951, ano em que ganha o prémio especial na Bienal de S. Paulo. O tema principal da sua pintura é, na altura, a gente do mar.
Professor do ensino secundário, arrecadou em 1952 o Prémio da 7.ª Exposição Contemporânea dos Artistas do Norte, ano em que também executou um fresco da Escola Gomes Teixeira, Porto e fez investigação sobre desenho infantil.
Na década de 1960, Resende enveredou por projectos de arquitectura, colaborando na decoração do Palácio da Justiça de Lisboa e realizando o painel para a sede do Banco de Portugal.
O seu gigantesco painel de azulejos "Ribeira Negra", colocado à saída do tabuleiro inferior da ponte D. Luís I, no Porto, e realizado a pedido da Câmara do Porto em 1968, é considerado por muitos como o melhor painel cerâmico contemporâneo.
É também de sua autoria a decoração de azulejos da estação do Metropolitano de Lisboa de Sete Rios.
Responsável pela ilustração da obra de Fernando Namora "Retalhos da Vida de um Médico", Resende recebeu em 1997, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
"O Desenho é expressão de um consciente que o particulariza", lê-se no sítio da Internet da Fundação Júlio Resende, instituição onde está reunido um espólio de cerca de dois mil desenhos do artista português.
fonte: DN
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