O país registou 2.372 casos novos, ou seja, 22.3 por cada cem mil habitantes, abaixo dos 24,1 de 2009. Existindo seis distritos a registar um aumento de novos casos de tuberculose e notando-se noutros um abrandamento no controlo da doença. As maiores dificuldades económicas e a falta de recursos humanos são as razões para esta tendência, sentida em Évora, Aveiro, Beja e Portalegre, referiu o coordenador do Plano Nacional de Luta contra a Tuberculose, da Direcção-Geral da Saúde. Fonseca Antunes calcula que “estes pressupostos vão ter efeito no controlo da doença”, apesar de se ter registado uma descida global de novos casos de tuberculose em 2010.
O 5º com mais casos
Portugal é o quinto país da União Europeia (UE) com mais casos novos de tuberculose, de acordo com o relatório “Controlo Global da Tuberculose 2010”, da Organização Mundial de Saúde (OMS). Este documento refere que, em 2009, a taxa de incidência por cada cem mil habitantes era de 30 em Portugal, o que significa que apenas a Estónia, a Lituânia, a Letónia e a Bulgária tiveram mais casos desta doença na UE. Já o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias dava conta de 2.756 casos em Portugal, dos quais 2.565 eram novos. Por isso, o mesmo apontava para uma taxa de incidência de 24,1 casos, muito abaixo da referida pela OMS. Por essa razão, o presidente do Observatório reagiu a esta informação com estranheza: “por vezes, os dados que são enviados ainda não são os mais atualizados”, disse Artur Teles Araújo.
Incidência intermédia
Mesmo com os 24 por cada cem mil, “ainda estamos acima da meta definida pela OMS, que é de 20, o que nos vai tornar um país de baixa incidência”, referiu o presidente do Observatório.
Na região europeia da OMS, Portugal fica em 19º lugar numa lista de 53 países, mais ou menos os mesmos em termos de prevalência desta doença. Teles Araújo mencionou que “Portugal tem vindo a reduzir a sua incidência, mas tudo isso é sempre um processo demorado”. Na opinião do pneumologista, o grande problema de Portugal continua a ser o diagnóstico da doença. “Demoramos seis semanas, em média, até confirmar a doença, porque a análise ainda é demorada. Até lá, a pessoa pode ir contagiando outras”, alertou. “Neste momento, já há uma análise que confirma o diagnóstico em poucos dias. Já a usamos, mas ainda não é suficientemente generalizada”.
fonte: Folha de Portugal
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