Svetlana Estalina em Abril de 1967
Svetlana Peters, filha única do ditador soviético, morreu nos EUA, onde se exilou em 1967. Tinha 85 anos e dizia-se "prisioneira política para sempre do nome do meu pai".
A filha do ditador soviético Joseph Estaline morreu no passado dia 22, na miséria e com cancro, em Richland County, Carolina do Sul, EUA, onde se exilou em 1967, noticiou ontem o "The New York Times".
Svetlana Peters (apelido que adotou para apagar de vez a sua relação com o pai), conheceu várias vidas "dignas de um romance russo", acabando os seus últimos dias no Wisconsin (norte dos EUA), no anonimato e na miséria, depois dos anos em exílio, relata o jornal nova-iorquino.
CIA ajudou-a a fugir da União Soviética
Svetlana Peters decidiu abandonar a União Soviética em 1967, quando se encontrava na Índia. A CIA ajudou-a a fugir para os EUA onde, numa conferência de imprensa, à sua chegada, denunciou o comunismo e as políticas do pai, a quem chamou de "monstro moral e espiritual".
Recorde-se que Joseph Estaline morreu em 1953 depois de três décadas de um regime brutal e foi considerado responsável pela morte de milhões de pessoas.
Svetlana Peters escreveu dois livros best-sellers, entre os quais "Vinte Cartas a Um Amigo", que lhe renderam cerca de 1,7 milhões de dólares.
Mas, numa rara entrevista ao jornal "Independent", em 1990, a filha de Estaline disse que não tinha dinheiro, não recebia qualquer remuneração pelos direitos de autor, e que estava a viver com a filha Olga (fruto do seu casamento com o arquiteto William Peters, de quem se divorciou), numa casa alugada.
Svetlana deixou dois filhos de seus dois primeiros dois casamentos na ex-União Soviética, que também terminaram em divórcio.
O peso do nome do pai
Uma documentarista, Lana Parshina, encontrou-a num lar em Wisconsin, entrevistando-a para o filme "Svetlana Sobre Svetlana". Uma película sobre a sua complicada vida que o "The New York Times" afirma que "valia uma novela russa".
No percurso da sua vida, Svetlana mudou diversas vezes de nome, procurando apagar todos os laços com o seu pai. Depois de dois casamentos e da morte de Estaline em 1953, utilizou o apelido de solteira da mãe e tornou-se Svetlana Alliluyeva.
Em 1970, tornou-se Lana Peters, depois de um breve matrimónio com o arquiteto William Wesley Peters, um aprendiz de Frank Lloyd Wright.
Numa entrevista publicada em 2010 no "Wisconsin State Journal", a única filha mulher do ditador soviético afirmou estar "muito feliz" naquela região remota, crente de que "o seu pai lhe arruinou a vida".
"Onde quer que eu vá, aqui, na Suíça ou na Índia, em qualquer lugar, eu serei sempre prisioneira política do nome do meu pai", disse.
fonte: Expresso
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