domingo, 19 de dezembro de 2010

Bancos são próximo alvo da WikiLeaks


Bank of America suspendeu as transacções para a organização. Assange denuncia "macarthismo financeiro"

"Pedimos a todas as pessoas que amam a liberdade que fechem as suas contas no Bank of America." A WikiLeaks reagia assim, através do microblogue Twitter, à decisão do banco norte-americano de suspender todas as transacções que tenham como destino a organização responsável pela divulgação de milhares de documentos secretos dos EUA. É o início de uma guerra que promete agravar-se no próximo mês, quando o site tem previsto divulgar "práticas pouco éticas" deste banco.

"O Bank of America junta-se às medidas anteriormente anunciadas pela MasterCard, PayPal, Visa Europa e outros e não efectuará mais transacções de qualquer tipo se tiver razões para acreditar que estas podem ter como destino a WikiLeaks", indicou o banco em comunicado. "Esta decisão é baseada no facto de termos razões para pensar que a WikiLeaks poderá estar envolvida em actividades que são, entre outras coisas, contrárias à nossa política interna de pagamentos", acrescentou.

O fundador da organização, Julian Assange, denunciou um novo "macartismo financeiro nos EUA", numa referência ao período, entre 1950 e 1956, de intensa perseguição anticomunista, liderada pelo senador Joseph McCarthy. "É uma nova forma de macartismo financeiro, que priva a nossa organização dos fundos que necessita para sobreviver, que me priva pessoalmente dos fundos que os meus advogados precisam para me proteger de uma extradição para os EUA ou a Suécia", disse.

O australiano de 39 anos encontra-se em liberdade condicional na mansão do amigo e jornalista Vaughan Smith, à espera da audiência de extradição para a Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais. Os defensores de Assange acreditam que ele pode ser entregue depois aos EUA, que estarão a preparar uma acusação de espionagem ou conspiração contra o fundador da WikiLeaks.

Enquanto continua a revelação da correspondência diplomática norte-americana, a organização prepara-se para, no próximo mês, atacar o seu próximo alvo: os bancos. Em Novembro, Assange prometeu que a informação revelada seria capaz de acabar "com um banco ou dois". Os documentos serão comprometedores para a direcção de um "grande banco americano", com o australiano a revelar ter dados do disco rígido do computador de um responsável do Bank of America. "A vossa empresa tem negócios com o Bank of America? Aconselhamos que coloquem os vossos fundos num sítio seguro", dizia outra mensagem de Twitter da WikiLeaks.

fonte: DN

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Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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