domingo, 13 de março de 2011

A crise está a chegar às forças de segurança



A crise que começou por ser económica, em meados de 2008, transformou-se em crise financeira, no final de 2009 e durante o ano de 2010, realidade que em muitos países ainda se faz notar e muito, tal como na Grécia, na Irlanda, em Espanha e em Portugal, isto só para citar os países da UE. Enfim, este estado de crise tem vindo a fazer com que muitas empresas tenham de fechar as portas, lançando, desta forma, muitas pessoas no desemprego e levado muitas a terem de optar por deixar o país.

Para agravar ainda mais a situação, têm começado a surgir notícias de que as forças de segurança e de investigação portuguesas estão a enfrentar carências graves no aspeto financeiro, mais concretamente a nível da liquidez. Embora, o ministério que tutela as forças de segurança venha dizer que tal é falso, a verdade é que as notícias dão conta de que foram retido os descontos para a Caixa Geral de Aposentações, Segurança Social e IRS, a fim de poder ser efetuado o pagamento dos salários referentes ao mês de fevereiro.

GNR

A Guarda Nacional Republicana, que tem maior incidência nas áreas rurais e urbanas com menor densidade populacional, tinha várias valências. Portanto, a GNR tinha funções de policiamento e de investigação; a Guarda Fiscal controlava as fronteiras terrestres e marítimas; e a Brigada de Trânsito tinha a responsabilidade de controlar o trânsito fora das localidades; isto para citar apenas as mais importantes. Só que com a reestruturação desta força de segurança foram aglutinados todos os comandos num só. Ora se podemos considerar esta uma boa medida no que diz respeito à gestão, pois ficaria tudo sujeito a um só comando operacional, também tem o reverso da medalha, ou seja, se, por um lado, se verificou uma poupança nos gastos operacionais, por outro lado, diminuíram as receitas.

Existem cerca de 24 mil efetivos nesta força e muitos são os comentários sobre a situação financeira dos militares. Um oficial que não quis se identificar afirmou que “a crise que era há muito anunciada está a fazer-se sentir agora”. E, segundo a mesma fonte, a situação que se vive fica a dever-se e muito à reestruturação efetuada nesta força policial. Por exemplo, só o envio de 15 homens da GNR para o Afeganistão tem um custo de 1,5 milhões de euros para o erário público, mas para fazer face à crise de liquidez financeira nesta força têm de ser tomadas algumas medidas para a contenção financeira. Por exemplo, o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), que conta com 770 efetivos, só pode fazer cerca de 100 quilómetros, sendo preciso poupar mais nesta unidade porque cada elemento ganha de subsídio 300€; já a Unidade de Controlo Costeiro (UCC) não tem condições para realizar o seu trabalho, por causa da falta de embarcações.


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