Morreu hoje, aos 79 anos, Elizabeth Taylor, uma das mais aclamadas actrizes de Hollywood, anunciou hoje o seu agente. João Lopes, crítico de cinema do DN, fala do mito, dos filmes e da amizade da actriz com Michael Jackson.
Elizabeth Taylor "morreu esta manhã em paz", em Los Angeles, no Hospital Cedars-Sinai, disse o seu agente à comunicação social norte-americana, depois de a actriz ter passado vários anos a lutar contra uma insuficiência cardíaca grave, que levou à sua hospitalização há cerca de seis semanas. Liz Taylor, como era conhecida, era uma das últimas lendas vivas de Hollywood.
Nascida em 1932, Liz Taylor tornou-se actriz logo em criança, e participou em alguns dos mais conhecidos filmes da chamada "época de ouro" de Hollywood. Ao longo da sua carreira ganhou dois Óscares - pelas suas participações em "Butterfield 8" (de 1960) e "Who's Afraid of Virginia Woolf" (1966) - e foi nomeada para outros quatro.
Com uma beleza lendária e invulgar -- morena com olhos de cor violeta --, Elizabeth Taylor viveu uma vida plena de dramas e paixões. Passou por oito casamentos, dois deles com o mesmo homem, o galês Richard Burton, com quem manteve um dos romances públicos mais tórridos dos anos 60 e 70.
Elizabeth Taylor nasceu em Hampstead, noroeste de Londres, filha de um "marchand" de arte e de uma actriz norte-americanos.
Estreou-se no cinema aos 11 anos, em "Lassie, O Regresso" (Lassie Come Home - 1943), conquistando quase instantaneamente o público americano. Rapidamente conseguiu papéis em produções de realizadores conceituados, como "O Pai da Noive" (The Father of The Bride - 1950), de Vincente Minnelli, passando do estatuto de jovem estrela a actriz adulta e respeitada. "Uma das raras vezes em que verdadeiramente fui feliz foi em criança, antes de começar a representar", confessaria já adulta à comunicação social.
Em 1956, aos 24 anos, participou em "Gigante" (Giant), com dois dos actores mais aclamados do momento, Rock Hudson e James Dean -- que viria a morrer antes da estreia do filme -- iniciando uma gloriosa década da sua carreira. Foi a inesquecível Maggie em "Gata em Telhado de Zinco Quente" (Cat on a Hot Tin Roof - 1958), ao lado de Paul Newman, e entrou no universo de Tennesee Williams em "Suddenly, Last Summer", de Joseph L. Mankiewicz, tornando-se numa das actrizes mais bem pagas de Hollywood.
Foi também nesta altura que começou o lado mais sombrio da sua vida, entrando em depressão com a morte acidental de Mike Todd, o seu terceiro marido, em 1958. Já com três filhos na altura, Liz Taylor decide adoptar uma menina alemã com deficiência e apaixona-se pelo cantor Eddie Fisher. "Tenho necessidade de estar casada, provavelmente porque tenho um forte sentimento de insegurança", diria numa entrevista.
Em 1963, "Cléopatra", de Mankiewicz, foi um marco na sua carreira e na história da Sétima Arte. Ganhou um milhão de dólares e conheceu aquele que seria o amor da sua vida, Richard Burton, por quem se apaixonou imediatamente. A paixão fez capas de jornais e revistas e culminou em dois casamentos (em 1964 e 1975) e dois divórcios. Contracenaram em "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (Who's Afraid of Virgnia Wolf - 1966), de Mike Nichols, e "A Fera Amansada" (The Taming of the Shrew - 1967), de Franco Zeffirelli.
Em 1967, contracenaria com outra lenda de Hollywood, Marlon Brando, em "Reflexos num Olho Dourado" (Reflexions on a Golden Eye), de John Huston e, no início dos anos 70, a sua vida ficou marcada pelo consumo de álcool, tranquilizantes e pelas inúmeras paixões que lhe seriam conhecidas. Depois de Richard Burton, casou-se ainda duas vezes, divorciando-se pela última vez em 1996.
Ao longo da vida, Liz Taylor dedicou-se a várias causas de caridade, nomeadamente à luta contra a Sida. Cultivou ainda várias amizades, uma das mais conhecidas e peculiares com Michael Jackson, cuja morte, em 2009, a marcaria muito: "Amava o Michael do fundo do coração e não consigo imaginar a minha vida sem ele", confessou.
fonte: DN
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