terça-feira, 5 de outubro de 2010

Prisão perpétua para bombista de Times Square


Faisal declarou-se culpado

O americano de origem paquistanesa Faisal Shahzad, autor do atentado falhado em Times Square, no centro de Nova Iorque, no passado dia 1 de Maio, foi condenado a prisão perpétua.

Depois de ouvir a juíza Miriam Cedarbaum pronunciar a sentença, Shahzad gritou "Allah-u-Akbar!" (Deus é grande). E deixou uma ameaça: “Preparem-se, porque a derrota dos Estados Unidos está iminente”.

“Este veredicto não me diz nada. Nós não aceitamos a vossa democracia nem as vossas liberdades, porque já temos a sharia (lei islâmica)”, continuou o réu.

Referindo-se à sua recente naturalização – Shahzad recebeu a nacionalidade americana em Abril de 2009 – a juíza perguntou-lhe: “Não prestou um juramento de lealdade para com este país?”.

“Jurei, mas foi a fingir”, respondeu.

Shahzad, de 30 anos, que vivia no Connecticut, tinha-se declarado culpado em Junho. O atentado que planeou falhou porque a bomba fabricada por ele não explodiu. Mas a acusação sublinhou em tribunal que se o engenho tivesse explodido, teria provocado uma carnificina, já que milhares de pessoas se encontravam em Times Square naquele sábado ao fim da tarde, após um dia quente de Primavera.

Uma vida sem suspeitas

Nascido em 1979 na pequena cidade paquistanesa de Mohib Banda e educado nas escolas privadas de Peshawar reservado à elite, Faisal Shahsad era descrito como um pai de família “moderno” que nunca mostrou simpatias pelo islão radical.

O jovem chega aos Estados Unidos no final dos anos 1990 com um visto de estudante. Em 2001, obtém uma licenciatura em informática na universidade de Bridgeport, no Connecticut. O seu pai, um antigo oficial da Força Aérea paquistanesa “assistiu com a sua mulher à entrega dos diplomas”, assegura o jornal local Stamford Advocate. Foi um estudante banal, que não deixou recordações particulares aos seus professores.

Munido de um novo visto de três anos, Faisal Shahzad inscreve-se num MBA ainda em Bridgeport e em paralelo arranja um emprego de contabilista no grupo cosmético Elizabet Arden, de onde se demite em Junho de 2006.

Casa-se com a paquistanesa Huma Mian, uma jovem elegante educada no Colorado, de quem tem dois filhos. Faisal Shahzad torna-se depois analista financeiro no Affilion Group, uma empresa de consultoria em marketing. Compra uma casa com recurso a crédito em Shelton, uma pequena cidade a cerca de 120 quilómeros a norte de Nova Iorque.

Segundo os vizinhos interrogados pela imprensa local, a família levava uma vida tranquila. Huma Mian vestia trajes tradicionais do Médio Oriente mas não usava véu.

Em Abril de 2009, Faisal Shahzad naturaliza-se americano. Algumas semanas mais tarde, desaparece e parte com a sua família para o Paquistão sem sequer se despedir do emprego. Segundo o que ele próprio contou, passou 40 dias no Warizistão, região paquistanesa considerada pelas autoridades americanas como um centro de recrutamento islamista. Em cinco dias, familiarizou-se com o fabrico de bombas.

Regressa aos Estados Unidos sozinho, em Fevereiro de 2010, com 8 mil dólares no bolso e uma missão: cometer um atentado em território americano.

fonte: Público

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