sábado, 23 de outubro de 2010

WikiLeaks: "a verdade" sobre tortura e mortes no Iraque


Os cerca de 400.000 documentos confidenciais do exército norte-americano divulgados pelo WikiLeaks revelam "a verdade" sobre a guerra do Iraque, declarou hoje o fundador do site Julian Assange, numa conferência de imprensa em Londres.

"A divulgação (de documentos sobre o Iraque) visa revelar a verdade", disse Assange no início da conferência, mantida em segredo até ao último momento.

O WikiLeaks divulgou na sexta-feira perto de 400.000 documentos do exército norte-americano no que constitui uma das "maiores fugas (de informação) de toda a história do exército norte-americano", segundo o "site".

"Em tempo de guerra, os ataques contra a verdade começam muito antes do início (do conflito) e continuam bastante tempo depois", disse Assange, numa referência ao segredo mantido pelo exército sobre os casos de tortura e o balanço de operações, assim como aos ataques do Pentágono e da NATO contra as fugas de informação de documentos confidenciais "que podem por em perigo a vida de soldados", segundo eles.

Nos documentos divulgados pelo WikiLeaks são mencionados nomeadamente "mais de 300 casos de tortura e de violência cometidos pelas forças da coligação sobre prisioneiros" e mais de um milhar de abusos por parte das forças iraquianas.

Segundo os documentos divulgados pelo WikiLeaks e citados pela Al-Jazira, o exército norte-americano "encobriu" casos de tortura de detidos pelas autoridades no Iraque, onde também centenas de civis foram mortos em barreiras de controlo dos aliados nas estradas.

Os documentos abarcam o período de 01 de Janeiro de 2004 a 31 de Dezembro de 2009, após a invasão norte-americana de Março de 2003 que derrubou o regime de Saddam Hussein.

Revelam que o conflito causou 109.032 mortos naquele período, 60 por cento dos quais civis, ou seja, 66.081 pessoas.

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fonte: DN

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