sábado, 2 de outubro de 2010

Governo compra Mercedes de 141 mil euros


O Mercedes, matriculado na segunda quinzena de Agosto, será usado na cimeira da NATO

O objectivo do Governo é receber as altas individualidades estrangeiras e os convidados do Estado com dignidade e cumprindo "as obrigações protocolares". O automóvel utilizado até aqui era já em segunda mão quando foi comprado em 1998 (um BMW 750 iLA), estava "tecnologicamente desactualizado" e apresentava uma factura muito alta em manutenção (desde 2004 já gastara 38.308 euros) e precisava agora de uma intervenção de 23 mil euros. A decisão? Optar por um novo.

A Presidência do Conselho de Ministros (PCM) adquiriu assim, através da ANCP-- Agência Nacional de Compras Públicas, um Mercedes S450 CDI no valor de pelo menos 140.876 euros. Pelo menos, porque este é o preço de tabela, mas, tendo em conta as personalidades que deverá transportar, terá sofrido adaptações, sendo, por exemplo, blindado. Mas a PCM não esclareceu essa situação ao PÚBLICO e também não especificou se se trata do modelo mais longo (e mais espaçoso, como o era o BMW que estava ao serviço), que custa mais 4000 euros. O contrato de aluguer operacional por quatro anos custa 2807 euros por mês e inclui manutenção e pneus para 160 mil quilómetros, diz a PCM, que não adianta o valor residual que será necessário pagar no fim do contrato.

Para cumprir a regra estipulada no PEC de que o Estado só pode comprar um veículo por cada três abatidos, a PCM abateu à sua frota o BMW 750 iLA que o Mercedes substitui, mas também um BMW 525 tds (em Abril) e um BMW 740 iA (que fora apreendido e que foi restituído ao proprietário).

O Mercedes, matriculado na segunda quinzena de Agosto, será usado na cimeira da NATO, mas poderá ser já usado pelo rei de Espanha, que estará em Lisboa na próxima semana (dias 6 e 7). Ou ir até ao Porto com o Presidente italiano, que estará no encontro da COTEC com Juan Carlos.

A secretaria-geral da PCM diz que a ANCP escolheu a "proposta economicamente mais vantajosa para o Estado", mas fica por explicar a razão pela qual o Governo não optou por um veículo híbrido, cuja oferta é já ampla no mercado. A marca alemã tem modelos muito próximos do adquirido, que até são mais baratos.

fonte: Público

Sem comentários:

Enviar um comentário

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian
Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian