Exército assume reparação das 'Pandur' defeituosas
Solução proposta pelo construtor das viaturas teve resposta positiva das Oficinas Gerais de Material do Exército.
O Ministério da Defesa tem na mesa a solução para recuperar as seis dezenas de viaturas blindadas Pandur, com defeitos de fabrico, que estão armazenadas há meses em Alcochete, soube o DN.
Segundo diferentes fontes ligadas ao processo, a proposta partiu da construtora Steyr - em rigor, da multinacional norte-americana General Dynamics (GD) que controla a empresa austríaca - e foi aceite pelas Oficinas Gerais de Material do Exército (OGME), respondendo estas com uma contra-proposta também já aprovada pela GD.
O processo está agora nas mãos da Direcção-Geral de Armamento do Ministério da Defesa, a quem compete formalizar os detalhes do acordo.
A solução permitirá ultrapassar o longo impasse em torno das seis dezenas de Pandur com oito rodas, recebidas provisoriamente pelo Exército devido aos defeitos de origem - imputados à fábrica da Steyr na Áustria - que a empresa Fabrequipa (do Barreiro) não conseguiu resolver e que agora, de acordo com algumas das fontes, está impossibilitada de fazer porque a sua capacidade de produção (de novas viaturas e diferentes versões) está nos limites.
Recorde-se que a Steyr já tinha tentado recuperar o calendário de entregas, primeiro propondo a construção de algumas Pandur no estrangeiro - solução rejeitada pela Fabrequipa e pelo Governo - e, depois, pela tentativa de atribuir as reparações das viaturas a uma empresa do grupo Salvador Caetano - sugestão também rejeitada, até porque só a Fabrequipa está formalmente acreditada (no meio civil) para fazer o trabalho.
O programa das Pandur envolve 364 milhões de euros de investimento. A par das 260 viaturas, Portugal recebe ainda projectos de contrapartidas no valor de 516 milhões de euros (cujo cumprimento também está muito atrasado).
Em Agosto, a GD reagiu à interpelação do Governo com uma proposta de recalendarização das entregas das viaturas - que foi recusada pelo Ministério porque "não era a resposta" à sua carta. Segundo fontes ouvidas pelo DN, a GD escreveu nova carta, a dizer que o prazo dado pelo Defesa "[era] inexequível".
Ontem, o Ministério da Defesa precisou ao DN que só acabou "o prazo relativo à primeira interpelação admonitória [e já] estão em curso as diligências decorrentes desse incumprimento, sendo (...) prematuro especificá-las publicamente. O Estado usará os meios legais e contratuais de que dispõe para fazer valer os seus direitos".
fonte: DN
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