domingo, 19 de setembro de 2010

Estudantes indignados com entrada de aluno das Novas Oportunidades


'Melhor' estudante do País chegou à universidade só fazendo um exame e teve 20

As associações de estudantes estão indignadas e consideram uma "injustiça" a entrada no ensino superior de jovens que conseguiram equivalência ao 12.º ano através do programa Novas Oportunidades e não precisam de fazer todos os exames nacionais.

A polémica surge porque o aluno com a média mais alta de acesso em Portugal entrou na Universidade com a nota de um único exame e sem fazer o tradicional 12.º ano. O presidente da Agência Nacional para a Qualificação e um dos responsáveis pelas Novas Oportunidades, Luís Capucha, sublinha ao DN que o estudante "não obteve equivalência ao 12.º ano, mas concluiu-o numa das modalidades previstas na lei" (ver entrevista ao lado).

Tomás Bacelos, 23 anos, terminou o 12.º ano com dois módulos do programa Novas Oportunidades, revelou ontem o Expresso. Fez o exame nacional de Inglês - a disciplina específica do curso que escolheu -, e conseguiu a nota máxima. Como não fez o ensino secundário de forma regular, a média de acesso à faculdade foi igual à nota do exame, entrando assim com 20 valores. Algo que o próprio aluno admitiu ao semanário ser "injusto".

Quem frequenta as Novas Oportunidades e se candidata ao Superior entra pelo contingente geral, ou seja, concorre com os alunos que fizeram o 12.º ano de forma regular. E é isso que os estudantes universitários criticam. "Os alunos começam a ver duas opções para conseguir o mesmo fim: uma é mais complicada e outra é mais acessível. E é óbvio que isto é uma situação injusta", refere Luís Castro, líder da Associação Académica de Lisboa. Também o dirigente da Associação Académica do Porto, Ricardo Morgado, defende que as Novas Oportunidades não se podem "tornar numa forma facilitada de entrada no ensino superior, tirando lugar a quem fez o ensino regular". Por isso, o líder de Coimbra, Miguel Portugal, exige "regras rigorosas de acesso".

fonte: DN

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