Imã defende mesquita polémica
A controvérsia em torno do pastor Terry Jones, da Dove World Outreach Center de Gainesville, colocou em segundo plano a polémica sobre um centro cultural islâmico demasiado próximo da zona de impacto do 11 de Setembro (ground zero) e que está a tocar num nervo da América, a questão da tolerância religiosa. Ontem, o líder deste projecto, o imã Feisal Abdul Rauf, publicou um texto no New York Times onde faz um apelo a que sejam reconhecidos os direitos dos muçulmanos americanos, avisando também para a forma como este caso está a ser visto no exterior.
O projecto do centro comunitário terá zonas de reza para diferentes religiões, avisou o imã Rauf, neste texto. Chamado Cordoba House, o projecto fica a dois quarteirões da zona de impacto, um facto que provocou intensa controvérsia, com a direita e familiares de vítimas do 11 de Setembro a contestarem a localização como "provocação" islâmica.
O projecto da comunidade muçulmana tem o apoio do presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, e do Presidente Barack Obama, que fez uma declaração sobre o tema que lhe valeu duras críticas de sectores republicanos.
Numa entrevista à CNN, o imã Feisal Abdul Rauf criticou a hipótese de se encontrar outra localização para o centro, que pretende usar um edifício degradado, de propriedade dos muçulmanos e que já é usado com fins religiosos.
Segundo Rauf, "se deixarmos este sítio, a história dirá que o radicalismo triunfou sobre a discussão". Na sua opinião, em todo o mundo muçulmano a opinião pública dirá que "o Islão foi atacado". Segundo o imã, "é preciso fazer alguma coisa que acabe com esta divisão".
fonte: DN
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