Despesas da BP com a maré negra avaliadas de momento em 32.200 milhões de dólares
Tirando as despesas com a maré negra, a BP teve no segundo trimestre do ano um lucro de 5.000 milhões de dólares
A BP afirma ter colocado de lado 32.200 milhões de dólares (24.818 milhões de euros) para cobrir as despesas relacionadas com a maré negra no Golfo do México.
Aquela empresa britânica disse que a acusação feita contra ela pela Administração norte-americana devido a este desastre ambiental a levou a perder 17.000 milhões de dólares (13.103 milhões de euros) nos três meses compreendidos entre Abril e Junho, o que constitui um recorde para o Reino Unido.
A multinacional petrolífera também confirmou que o seu principal executivo, o britânico Tony Hayward, que lá trabalha há 28 anos, deixa o cargo, por acordo mútuo, no próximo mês de Outubro.
Será substituído por um colega na administração, Robert Dudley, actualmente encarregado da operação de limpeza no Golfo do México.
No entanto, Hayward deverá continuar a ter um papel dentro da companhia, tencionando a BP nomeá-lo director não executivo da joint venture que tem na Rússia, a TNK-BP, informa hoje a BBC.
Também foi anunciado que a companhia vai aumentar as suas vendas de bens durante os próximos 18 meses, até aos 30.000 milhões de dólares (23.104 milhões de euros), um total que inclui a previsão de 7.000 milhões de dólares (5.392 de euros) já anunciada a semana passada.
Estes anúncios foram bem recebidos pela maior parte dos investidores, pela forma clara como enfrentam uma situação melindrosa.
Peter Hitchens, da empresa de corretores Panmure Gordon, comentou que a administração da BP está a querer “colocar tudo em pratos limpos”, ultrapassando esta fase má porque tem estado a passar desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon.
Hayward afirmou que, tendo o petróleo deixado de ser derramado do poço Macondo, é uma boa altura para, aos 53 anos, deixar de ser o director executivo da BP. Mas não sai de mãos a abanar: de imediato, fica com um salário anual, mais algumas regalias, totalizando para cima de um milhão de libras (1,194 milhões de euros). E, a partir dos 55 anos, leva uma pensão de reforma equivalente a 715.000 euros anuais.
Numa entrevista ao editor de economia da BBC, Robert Peston, o presidente do conselho de administração da BP, Carl-Henric Svanberg, adiantou não haver ainda a certeza de que a conta final do desastre não venha a ser ainda superior a tudo aquilo o que nesta altura está a ser anunciado.
Tirando as despesas com a maré negra, esta multinacional teve no segundo trimestre do ano um lucro de 5.000 milhões de dólares (3.849 milhões de euros), o que ainda assim é bem superior ao lucro que teve no segundo semestre do ano passado.
Acontece que, para equilibrar as contas, a empresa não paga dividendos, pelo segundo trimestre consecutivo, nem sequer o devendo fazer no próximo trimestre. Quanto aos futuros lucros a pagar aos accionistas, só os determinará em Fevereiro de 2011, quando souber os resultados do último trimestre de 2010.
fonte: Público
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