Um preso de Guantánamo foi transferido para Cabo Verde e outro seguiu para a Argélia
O departamento norte-americano da Defesa anunciou já ter chegado nos últimos dias a Cabo Verde um prisioneiro sírio da base militar de Guantánamo, Abd-al-Nisr Mohammed Abd Al Qadir Khantumani.
O Pentágono felicitou as autoridades cabo-verdianas pela disponibilidade demonstrada, foi hoje anunciado pelos jornais da Cidade da Praia, segundo os quais o indivíduo chegou no sábado, muito discretamente.
Não se conhece porém o local exacto do arquipélago para onde foi levado Abd-al-Nisr Mohammed Khantumani, de 50 anos, uma vez que o Governo de José Maria Neves nada quer adiantar sobre o assunto deste preso que em Guantánamo tinha o número de série 307.
Os Estados Unidos tinham dito ontem haver transferido dois homens há quase oito anos detidos naquela base situada em Cuba: um para Cabo Verde e o outro para a Argélia, tendo grupos de direitos humanos afirmado que este último viajara contra sua vontade, com receio de vir a ser maltratado.
Depois de Khantumani ter sido transferido para Cabo Verde e Abdul Aziz Naji para a Argélia, ficaram em Guantánamo 178 dos 245 detidos que lá se encontravam quando no ano passado o Presidente Barack Obama tomou posse.
O caso de Naji foi especialmente acompanhado por se tratar do primeiro indivíduo involuntariamente repatriado pela Administração Obama, segundo o que alega a Human Rights Watch. Outros detidos que receavam vir a ser perseguidos nas suas terras acabaram por ser encaminhados para terceiros países, explica a mesma organização.
O Governo norte-americano afirmara que Naji, nascido na Argélia em 1975, dissera ter pertencido ao grupo militante paquistanês Lashkar-e-Taiba, mas o Centro de Direitos Constitucionais, de Nova Iorque, declarou que “de há muito fora ilibado de quaisquer relações com o terrorismo”.
“Estamos preocupados que ele possa desaparecer numa prisão secreta e que esteja sob a ameaça de ser perseguido na Argélia por grupos terroristas”, disse aquele centro, que tem vindo a representar muitos detidos em Guantánamo.
“Ele nada tem contra o Governo argelino, mas teme que o mesmo seja incapaz de o proteger dos extremistas”, acrescentou a mesma entidade.
Quando tomou posse, em Janeiro de 2009, o Presidente Barack Obama prometeu encerrar Guantánamo dentro de um ano, o que não foi possível devido à dificuldade de encontrar locais para onde os prisioneiros pudessem ser repatriados.
Mais de 40 países, incluindo Portugal, aonde em Agosto do ano passado chegaram dois sírios, já aceitaram receber pelo menos um destes prisioneiros.
fonte: Público
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