segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cientistas declaram "nova era" na descoberta da vacina contra a sida


O desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da sida entrou numa "nova era", apesar de persistirem alguns problemas, como a pouca troca de informações dentro da comunidade científica, disseram hoje peritos reunidos em Viena na Conferência Sida 2010.

"Estamos num dos momentos mais ricos em termos de investigação desde o início da epidemia", afirmou Peter Piot, presidente da Iniciativa Global por uma Vacina contra o VIH - uma aliança de cientistas e doadores - e ex-director da ONUSida, a agência das Nações Unidas que combate a sida.

O perito lembrou que para haver uma descoberta é preciso sempre haver financiamento e defendeu que os resultados clínicos têm de ser partilhados com o resto da comunidade científica e contar com apoio governamental.

"Vivemos um renascimento das investigações relacionadas com a vacina da Sida", disse também Seth Berkley, fundador da Iniciativa, lembrando a recente descoberta de anticorpos que neutralizam algumas variantes do vírus da imunodeficiência adquirida (VIH).

Mas para avançar mais é preciso melhorar a colaboração científica e definir objectivos prioritários na procura de uma vacina que possa reduzir a incidência de uma doença que afecta mais de 33 milhões de pessoas no mundo todo.

"Temos de juntar numa única agenda científica diferentes níveis de investigação para aumentar a troca de dados" e assim chegar à vacina, defendeu também Alan Bernstein, director executivo da Iniciativa Global.

"Não tem qualquer sentido não divulgar rapidamente pela comunidade científica os resultados negativos de uma experiência de modo a evitarmos a repetição de resultados destes. O mesmo acontece com os resultados positivos, que podem ajudar outros investigadores", explicou José Esparza, director do programa de sida da Fundação Bill & Melinda Gates, citado pela agência espanhola de notícias EFE.

"Partilhar informação não só nos fará poupar dinheiro como outra coisa ainda mais importante: tempo", acrescentou.

fonte: Público

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