segunda-feira, 26 de julho de 2010

Putin entoa canções patrióticas com espiões


Primeiro-ministro russo disse que agentes tiveram "vida difícil" nos Estados Unidos e afirma que troca resultou de uma "traição".

Vladimir Putin revelou ter-se encontrado com os agentes russos que no início do mês foram expulsos dos Estados Unidos sob acusação de espionagem.

"Todos eles tiveram uma vida difícil", afirmou o primeiro-ministro da Rússia falando aos jornalistas durante uma visita oficial à Ucrânia. "Tiveram de dominar uma língua estrangeira como se fosse a deles e fazer o que lhes era pedido pelo interesse da Pátria, durante muitos anos, sem contar com imunidade diplomática", sublinhou.

Sem revelar o local onde decorreu o encontro, Putin, antigo membro dos serviços secretos russos, disse estar convencido de que todos os agentes que regressaram à Rússia "irão trabalhar em lugares condignos e terão uma vida interessante e rica".

O ex-presidente confirmou ter cantado com os espiões quando os jornalistas lhe perguntaram se era verdade que tinha feito karaoke durante a reunião.

"Cantámos, mas não em karaoke. Cantámos com música ao vivo a Quais as Origens da Pátria e outras canções do género." A música destacada pelo primeiro-ministro tornou-se popular em 1968, depois de integrar a banda sonora de um filme sobre um espião russo infiltrado na Alemanha nazi.

Putin confirmou ainda a presença da jovem Anna Chapman no encontro, a espia ruiva que, pela sua beleza, mais atenção mereceu dos media na altura em foi noticiado o acordo entre a Rússia e os Estados Unidos.

Putin fez questão de sublinhar que a troca de espiões resultou de uma "traição". O chefe do Governo disse que "os traidores acabam sempre mal. Acabam na rua, bêbedos, viciados".

Naquela que foi a primeira troca de espiões desde a Guerra Fria, dez agentes russos foram enviados de volta para o seu país de origem, em troca da libertação de quatro americanos condenados a longas penas na Rússia por terem ligações com agências de segurança americanas e britânicas.

Dia 9 deste mês, os agentes norte-americanos e russos foram levados ao mesmo tempo para a capital austríaca. Foi no aeroporto de Viena que se realizou a troca, que durou cerca de uma hora e ocorreu pouco depois de uma visita do Presidente russo, Dmitri Medvedev, aos EUA.

fonte: DN

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