Pentágono já tem suspeito de fugas sobre a guerra
Obama diz que relatórios publicados na Wikileak apenas justificam a sua nova estratégia em relação ao conflito afegão.
O Pentágano abriu ontem um in quérito criminal às fugas de informação que colocaram à distância de um click aproximadamente 92 mil relatórios secretos norte-americanos sobre a guerra que os aliados travam contra os talibãs e a Al-Qaeda no Afeganistão. Estes mostram as contradições de um conflito que já leva nove anos e para o qual estão mobilizados 266 militares portugueses.
Bradely Manning, um militar norte-americano especializado em análise de informações, é para já o principal suspeito daquela que é maior fuga de informação da história militar dos EUA. "É uma personagem chave" no caso das fugas que foram publicadas no domingo pelo site Wikileaks, confirmou ontem o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, em declarações ao canal MSNBC.
O responsável recusou no entanto dar mais pormenores sobre o envolvimento de Manning na fuga para o Wikileak, um site que se dedica a revelar de forma anónima documentos que as autoridades dos países querem esconder da opinião pública. Foi criado há três anos por Julian Assage. Manning encontra-se detido numa prisão norte-americana no Koweit e foi acusado de violação do regulamento militar. Foi ele quem passou à Wikileak o vídeo que mostra um raide de um helicóptero dos Estados Unidos contra dois funcionários da Reuters em Bagdad em 2007. E como é que acabou por ser descoberto? Adrian Lamo, pirata informático, denunciou que ele tinha descarregado 260 mil documentos secretos e a seguir os enviara ao site.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que segundo os media já estava a par das filtrações para a imprensa há dias, afirmou ontem que as mesmas "não trazem nada de muito novo" e justificam a revisão de estratégia em relação ao conflito afegão que ele fez em Dezembro. Os relatórios agora divulgados dizem que os talibãs têm mísseis terra-ar e são apoiados por Irão e Paquistão, que os polícias afegãos extorquem dinheiro nos checkpoints para deixar passar camiões da NATO e desertam para o lado dos talibãs com material dado pelos aliados e que os aviões não tripulados americanos já mataram centena e meia de civis em bombardeamentos.
fonte: DN
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