Soldado que terá dado documentos ao Wikileaks acusado
Collateral Murder
O Wikileaks divulgou um vídeo feito por um helicóptero Apache norte-americano em Bagdad que mata uma dúzia de pessoas no centro da cidade (DR)
Terão sido 150 mil e não 260 mil os documentos diplomáticos secretos de que fez download o soldado norte-americano Bradley Manning, de 22 anos, colocado no Iraque. Pelo menos é o que diz a acusação, finalmente formalizada, mês e meio após ter sido detido.
Pelo menos 50 desses documentos terão ido parar ao Wikileaks, o site que fomenta a divulgação de dados que revelem coisas normalmente escondidas sobre governos e empresas - e que em Abril divulgou um vídeo feito por um helicóptero Apache norte-americano em Bagdad que mata uma dúzia de pessoas no centro da cidade, entre as quais um fotógrafo da Reuters, Namir Noor-Eldeen, 22 anos, e o seu assistente e motorista, Saeed Chmagh, 40. A acusação também atribuiu a Manning a responsabilidade de ter divulgado essa informação encriptada, que o Wikileaks transformou num vídeo, chamado Collateral Murder.
Manning enfrenta duas acusações. A primeira comporta quatro violações dos regulamentos do Exército, por ter transferido informação classificada para o seu computador pessoal, entre Novembro de 2009 e Maio de 2010, e ter colocado software não autorizado num sistema informação classificado. A segunda inclui oito infracções das leis federais que regem a gestão de informação classificada, e aí Manning é acusado de transmiti-la a "pessoa que não tem direito a recebê-la".
Da informação que Manning terá copiado para o seu próprio computador apenas é especificado o vídeo de 12 de Julho de 2007 (que deu origem a Collateral Murder), um documento PowerPoint do Departamento de Defesa, comunicações do Departamento de Estado com a embaixada dos EUA na Islândia e pelo menos 50 das 150 mil comunicações do Departamento do Estado que terá consultado.
O soldado, detido no Kuwait, será apresentado a uma espécie de grande júri para determinar se será submetido a tribunal marcial. Tem já um advogado militar, o capitão Paul Bouchard. O Wikileaks tinha anunciado que andava à procura de um advogado civil para o defender, mas não se soube nada mais sobre essa intenção.
fonte: Público
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