sábado, 4 de setembro de 2010

Bruxelas aprova 2,4 milhões para pessoal da Qimonda



Apoios financeiros destinam-se a ajudar 839 ex-trabalhadores da fábrica de Vila do Conde a encontrarem novos empregos.

A Comissão Europeia aprovou ontem uma ajuda financeira de 2,4 milhões de euros a 839 dos trabalhadores que perderam o emprego com o encerramento da fábrica da Qimonda, em Vila do Conde.

Este auxílio, que terá ainda de passar pelo crivo do Parlamento Europeu e do Conselho, será atribuído ao abrigo do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG), na sequência da candidatura do Governo português em 18 de Dezembro do ano passado. O objectivo é facilitar a reinserção profissional dos antigos trabalhadores da filial portuguesa da multinacional alemã de semicondutores, que teve de encerrar as portas por falta de matéria-prima com a falência da casa- -mãe Qimonda AG e sem que tivesse conseguido um acordo com outros investidores para continuar a produção.

A decisão de Bruxelas teve em conta que a falência da multinacional alemã foi provocada pela "crise financeira que levou à contracção da economia mundial" e que os 914 despedimentos resultantes no total na unidade de Vila do Conde engrossaram as fileiras dos candidatos a emprego na região norte, "cuja taxa de desemprego é já superior à média do País", explica o comunicado da Comissão.

O comissário europeu do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão acredita que "a decisão ontem tomada ajudará os ex-trabalhadores da Qimonda a encontrar novos empregos, através de formação e de medidas de acompanhamento para actualização das suas competências". "Estou certo de que as medidas previstas irão facilitar o seu regresso ao trabalho", acrescentou László Andor.

Já o PCP considera que a ajuda vem "tarde e a más horas e lamenta que a Comissão Europeia não tenha mobilizado "as forças e os meios necessários para impedir" aqueles despedimentos. Em comunicado, os comunistas defendem que se trata de "uma escassa verba" que "apenas serve para apoiar alguma formação profissional dos mais de 1500 trabalhadores que foram lançados no desemprego pela estratégia de uma multinacional que não foi contrariada pela Comissão e Conselho da União Europeia".

De acordo com Bruxelas, a ajuda do FEG "incluirá medidas de reconhecimento de competências, formação profissional, formação e apoios para a criação de empresas, ajuda ao auto-emprego e incentivos ao recrutamento e estágios em empresas".

O custo total estimado do pacote, que beneficiará 839 dos 914 trabalhadores despedidos por altura do pedido de falência da Qimonda Portugal, ascende a 3,7 milhões de euros, dos quais 2,4 milhões serão provenientes do FEG. Nos seus três anos, este fundo já mobilizou 373,6 milhões de euros para apoiar 70 mil trabalhadores.

fonte: DN

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