Igreja quer saber se católicos vão à missa
Estudo pedido por bispos vai aferir ainda o que pensam cidadãos sobre a Igreja.
Os bispos querem saber se os católicos vão regularmente à missa ao domingo. Numa sondagem que será realizada pela Universidade Católica no próximo ano, será ainda perguntado aos portugueses, crentes e não crentes, o que pensam e esperam da Igreja Católica.
Com esta auscultação à sociedade, a Conferência Episcopal Portuguesa vai substituir o recenseamento da prática dominical que tem sido feito de dez em dez anos, sempre em ano de Censos.
Uma contagem de crentes que é feita num dia específico em todas as igrejas do País e que tem demonstrado uma quebra sistemática na prática religiosa. No último estudo, em 2001, verificou-se que, desde 1991, o número de fiéis nas missas caiu 14%.
"A ideia é que a sondagem venha a responder a esta questão. Mas não só. Vamos também tentar perceber como a sociedade portuguesa se relaciona com a Igreja e interpreta o papel que esta pode ter", afirmou ao DN Alfredo Teixeira, investigador do Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica.
"É um esforço de realismo e de abertura da Igreja para que o seu serviço à comunidade seja mais consonante com as necessidades das pessoas", acrescenta Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal, cuja comissão permanente esteve reunida esta semana e aprovou esta decisão.
Ainda não foi traçada a metodologia do estudo nem construído um guião com as perguntas a realizar a uma amostra significativa de portugueses. Apenas foi estabelecido um contacto entre os bispos e o centro de Estudos da Católica. Por isso, a sondagem não deve avançar este ano.
Esta sondagem integra o trabalho de reflexão sobre a acção pastoral da Igreja, que foi lançado este ano e tem procurado caminhos novos para levar a mensagem cristã à sociedade. "Será mais um instrumento para repensar a pastoral. Não queremos falar ao espelho, nem que o esforço fique dentro de portas. Vamos deixar-nos interpelar pela sociedade real", acrescentou Manuel Morujão.
Neste encontro foi ainda aprovada uma carta com orientações práticas que seguiram para as dioceses. O objectivo, diz o porta-voz dos bispos, é que esta reflexão interna não se fique pelas cúpulas e pela hierarquia, mas recolha contributos dos movimentos, congregações e grupos locais.
As conclusões serão reportadas ao secretariado do grupo de trabalho até Março para depois serem discutidas pelos bispos e traduzidas em linhas de acção para todas as dioceses.
fonte: DN
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