Advogado de Rosalina Ribeiro diz que Duarte Lima foi a “pessoa errada no local errado”
O advogado brasileiro de Rosalina afirma não acreditar que Duarte Lima "fosse capaz de ser o mentor da situação"
O advogado brasileiro de Rosalina Ribeiro, a herdeira do milionário Lúcio Feteira que foi assassinada em Dezembro no Brasil, considera que a portuguesa foi atraída para uma “cilada e foi executada”. O causídico afirma ainda que Duarte Lima, que também representava Rosalina e que está a ser investigado pela polícia brasileira neste caso, foi a “pessoa errada no local errado”.
“Entendo que ela tenha ido para uma cilada e [foi] executada. Até posso afirmar que o dr. Duarte Lima foi a pessoa errada no local errado”, disse Normando António Ventura Marques, que desde 1992 tinha como cliente o português Tomé Feteira e, após seu falecimento em 2000, passou a representar os interesses de Rosalina Ribeiro.
Rosalina Ribeiro, que disputava há 10 anos, na justiça portuguesa e brasileira, uma parte da herança de Lúcio Feteira, com quem viveu durante mais de 30 anos, morreu a 7 de Dezembro de 2009, assassinada, no Brasil. Poucas horas antes de morrer, encontrou-se com o seu advogado português, Duarte Lima, que diz tê-la deixado em Maricá, a mais de 60 quilómetros do Rio de Janeiro, local onde Rosalina Ribeiro teria marcado um encontro para tratar de negócios.
Segundo Ventura Marques, há indícios de que o crime teria sido premeditado. “As investigações são muito difíceis. Não existe ainda alguma pessoa na condição de acusada, não há indicação nenhuma do autor do crime havendo apenas uma série de suspeitas, uma delas em relação a Domingos Duarte Lima”, afirmou.
O advogado diz não acreditar que Duarte Lima esteja envolvido no caso. “Tive poucos contactos pessoais com ele, mas não acredito que ele fosse capaz de ser sequer o mentor dessa situação”, admitiu.
No Brasil, além do pedido de união estável com Tomé Feteira que a justiça brasileira não concedeu a Rosalina Ribeiro, correm outros dois processos judiciais: o inventário dos bens do empresário e uma acção de prestação de contas contra a filha do milionário, Olímpia Feteira, que data de 2004.
Olímpia Feteira foi acusada por Rosalina Ribeiro de transferir milhões de euros das contas de seu pai. Já Olímpia Feteira acusa Rosalina Ribeiro de transferir mais de cinco milhões de euros de contas do pai para contas de Duarte Lima.
Lúcio Feteira vendeu uma propriedade de sete milhões de metros quadrados por 5,7 milhões de euros. Apenas recebeu a primeira parcela de 350 mil euros e depois faleceu. Esta fazenda localiza-se em Maricá. Feteira possuía uma área de 70 quilómetros de extensão das praias da zona e a outra parte deste terreno, quatro milhões de metros quadrados, foi arrendada por 20 anos.
“Por ter os seus bens bloqueados por causa da acção portuguesa dizendo que ela tinha tirado dinheiro do espólio, por necessitar de recursos, Rosalina disse-me que havia na fazenda uma pessoa que tinha feito um arrendamento para extracção mineral de areias e que tinha sido contactada para vender uma parte do seu quinhão”, explicou Ventura Marques. “Eu disse que seria um risco muito grande, pois em Portugal estava a ser discutido se ela fazia parte ou não do testamento. Eu fui contra essa posição e, pelas notícias que tenho, o dr. Duarte Lima também”.
O advogado afirmou ainda não saber que Rosalina Ribeiro ia para Maricá na noite em que apareceu morta. “Pelo que se sabe, foi negociar o tal quinhão. A partir do momento que fui contrário à venda, ela passou a não me consultar. Eu nem sabia que estava a haver contactos directos com pessoas”, contou.
Segundo Ventura Marques, Rosalina Ribeiro tinha medo de sair à rua de noite e a sua saída de casa a 7 de Dezembro causa-lhe estranheza. “Em condições normais, ela jamais teria saído às oito horas da noite para duas cidades depois (do Rio de Janeiro) para discutir sozinha uma negociação. Ela sempre estaria acompanhada por alguém. Foi um procedimento completamente atípico”.
fonte: Público
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