sábado, 21 de agosto de 2010

Maré Negra. BP acusada de esconder informação sobre o derrame

Um estudo independente mostra que o petróleo não está a desaparecer ao ritmo esperado


A Greenpeace tem-se manifestado contra a forma como a BP lidou com o derrame

Os destinatários do fundo de compensação no valor de 15,7 mil milhões de euros da BP serão obrigados a renunciar ao direito de processar qualquer empresa envolvida no derrame de petróleo. A informação foi retirada de documentos de advogados envolvidos no processo que incluem emails, protocolos e notas jurídicas sobre a administração do fundo. Um dos pontos mais controversos dá conta da elegibilidade para a compensação variar consoante a proximidade geográfica com a zona do derrame. Este corte pode excluir empresas que, apesar de mais afastadas geograficamente, foram igualmente afectadas, como é o caso de restaurantes e distribuidores.

O fundo foi criado pela BP, em concordância com o governo norte-americano, e está a ser administrado por Kenneth Feinberg, que supervisionou um fundo semelhante para compensar as vítimas do 11 de Setembro.

Acidente-mistério A companhia Transocean, proprietária da plataforma onde a BP trabalhava no golfo do México, está a acusar a petrolífera de ocultar informações sobre o acidente. Segundo uma carta enviada a membros do congresso e do governo norte-americano, a Transocean acusa a BP de negar a divulgação de dados que ajudariam a esclarecer algumas questões sobre o derrame. "Parece que a BP está a ocultar provas numa tentativa de evitar que qualquer outra entidade possa investigar a causa do acidente e o posterior derrame", podia ler-se na carta escrita pelo advogado da Transocean, Steven Roberts.

Em comunicado, a petrolífera negou as acusações: "Cooperamos com várias investigações patrocinadas pelo governo americano e outras entidades sobre as causas da tragédia", garante.

Derrame Os milhões de barris de petróleo derramados depois do acidente no golfo do México criaram uma mancha de petróleo do mesmo tamanho da ilha de Manhattan, em Nova Iorque.

Um estudo da instituição oceanográfica independente Woods Hole de Massachusetts provou assim que, em Junho, uma grande mancha formada por água e petróleo mantinha-se no golfo do México, mas submersa. Os dados desta investigação vêm contrariar a pesquisa apresentados dia 4 de Agosto pelo governo norte-americano, que garantia que 74% do petróleo já tinha desaparecido. O governo americano garante que o crude evaporou, foi recolhido ou simplesmente se dissolveu na água.

Por outro lado, o estudo do instituto independente mostra que o petróleo não está a desaparecer ao ritmo esperado, o que tem vindo a comprometer a fauna marinha do golfo do México, da qual depende grande parte da economia da região, nomeadamente da pesca de camarão.

fonte: Jornal i

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