A rede de fundos da WikiLeaks
'Site' de Julian Assange tem nos EUA duas organizações de caridade isentas de impostos que são suas 'testas-de-ferro'.
Julian Assange, o australiano de 39 anos que fundou o WikiLeaks, é tão cioso da sua vida privada quanto o é da rede de financiamento do seu site, que celebrizou ao publicar, em Julho, documentos secretos militares dos EUA sobre a Guerra no Afeganistão e no Iraque. Para manter esse secretismo, revelou ontem o diário Wall Street Journal com base em declarações de Assange, este estabeleceu um complexo sistema para recolher e desembolsar os donativos de forma a "esconder" as suas origens e os seus gastos.
O criador do WikiLeaks não esconde que a grande âncora do sistema de financiamento é uma fundação na Alemanha - a Wau Holland -, criada em memória de um pirata informático que morreu em 2001 e que, de acordo com a lei alemã, não pode revelar o nome dos seus doadores. Talvez por isso, Assange insista junto do grande público para contribuir com fundos para a Wau Holland.
"Dá muito trabalho gerir uma organização, e ainda mais quando ela está constantemente a ser espiada e processada. As decisões judiciais podem prejudicar a actuação de uma organização (...). Não podemos ter o nosso activo totalmente congelado", afirmou Assange, adiantando que o seu grupo conseguiu angariar um milhão de dólares desde o início do ano em curso.
O homem que irritou o Pentágono ao publicar os documentos secretos e que foi objecto de um recente mandado de captura sueco por violação e agressão, assume que o WikiLeaks controla um autêntico "arquipélago" de unidades operacionais em todo o mundo: está registado como uma biblioteca na Austrália, como uma fundação na França e como um jornal na Suécia.
Mais curioso ainda: nos EUA, o WikiLeaks tem duas organizações de caridade isentas de impostos, as 501C3s, que actuam como "testas-de-ferro" do site. Com toda esta rede, tem sido impossível às autoridades de vários países perceber quem dá e quanto recebe o WikiLeaks.
Até agora, a maior doação que chegou à conta da Wau Holland ascende a dez mil euros e foi feita por uma única pessoa - um cidadão alemão - após a publicação dos documentos secretos sobre a Guerra no Afeganistão.
fonte: DN
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