terça-feira, 31 de agosto de 2010

Wikileaks: Servidores em “bunker” do tempo da Guerra Fria


No mês passado, o Wikileaks revelou um pacote de 75 mil documentos de informações secretas que causaram embaraços às chefias militares dos EUA

Um bunker do tempo da Guerra Fria, escavado numas colinas do centro de Estocolmo. É para este local que foram mudados parte dos servidores do Wikileaks, o site que está a incomodar meio mundo, especialmente aquele que gravita em torno do Pentágono.

O novo centro de dados está a 30 metros de profundidade, tem apenas uma entrada e está equipado com portas de metal com meio metro de espessura - relata o “El Mundo” - e todas as garantias para salvaguardar a integridade de um site que tem cada vez mais inimigos. Especialmente após a publicação de dezenas de milhares de documentos secretos filtrados, referentes às acções do Exército norte-americano durante a guerra no Afeganistão.

O portal fundado pelo australiano Julian Assange tem os seus servidores espalhados um pouco por todo o mundo (Suécia e Finlândia incluídas), uma tentativa de ludibriar todos aqueles que querem encerrar o site que se tem tornado muito incómodo para algumas democracias ocidentais, nomeadamente para a norte-americana.

No mês passado, o Wikileaks revelou um pacote de 75 mil documentos de informações secretas que causaram embaraços às chefias militares dos EUA. As autoridades norte-americanas criticaram ferozmente esta fuga de informações, alegando que punham em risco as vidas dos soldados das forças internacionais no Afeganistão, em particular as de informadores.

Os responsáveis do Wikleaks têm encontrado na Suécia um apoio importante para a sua cruzada. O Partido Pirata sueco cedeu igualmente espaços seus para a instalação de servidores do portal e, caso esta formação política chegue ao Parlamento nas eleições do próximo mês, poderá utilizar a sua imunidade parlamentar para albergar o site a partir do interior da câmara sueca, tornando-o nessa altura “inatacável”.

O director executivo da empresa sueca de fornecimento de Internet Bahnhof, proprietária do “bunker”, Jon Karlung, declarou à revista “Forbes” que esta mudança de localização dos servidores é “como uma metáfora do compromisso que temos com os nossos clientes, de nos defendermos de qualquer tipo de intrusão, física ou jurídica. Estamos orgulhosos de contar com clientes como o Wikileaks. A Internet deve ser uma fonte aberta para a liberdade de expressão e o papel de um fornecedor de Internet (ISP) deve ser neutro, apenas como instrumento tecnológico de acesso, e não um instrumento para recolher informações dos clientes”.

Esta mudança acontece numa altura em que o próprio fundador do Wikileaks se encontra sob apertado escrutínio público, tendo até sido suspeito dos crimes de violação e agressão, denunciados por duas cidadãs suecas. A procuradoria-geral sueca acabou, porém, por cancelar o mandado de captura que tinha sido emitido.

fonte: Público

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