Assessor de Obama revela que ele reza todos os dias
Segundo nova sondagem, da revista 'Time', sobe para 24% a percentagem dos americanos que julgam ter um Presidente muçulmano
A polémica sobre as convicções religiosas do Presidente norte-americano sobe de tom. Ao ponto de ter forçado um porta-voz da Casa Branca a assegurar que Barack Obama não só é cristão mas reza todos os dias. "Ele é cristão, obviamente", garantiu ontem Bill Burton, um dos colaboradores mais próximos do Presidente, num encontro com jornalistas credenciados na Casa Branca.
Estas declarações surgem na sequência de uma sondagem do Pew Center em que 18% dos inquiridos consideram Obama "muçulmano". O mesmo inquérito de opinião, que deve ter soado algumas campainhas de alarme na Casa Branca, conclui que 34% dos norte-americanos não associam Obama a uma religião cristã.
Outra sondagem, ainda mais perturbante para os estrategos presidenciais, foi ontem divulgada pela influente revista Time: 24% dos interrogados julgam que Barack Obama é muçulmano. A percentagem aumenta entre os norte-americanos que votam tradicionalmente no Partido Republicano: 35%.
A recente aparição pública do Presidente com líderes da comunidade islâmica dos Estados Unidos numa cerimónia que assinalou o início do Ramadão, associada ao facto de a família Obama não costumar frequentar a missa dominical, contribui para aumentar as dúvidas de muitos quanto à fé religiosa do inquilino da Casa Branca. Os anteriores presidentes sempre fizeram questão de tornar evidentes as suas convicções religiosas - incluindo John Kennedy, o único católico que até hoje ocupou o posto máximo da política norte-americana.
"A fé é importante para o Presidente", garantiu Bill Burton, revelando que Obama dialoga "diariamente" com um conselheiro espiritual. Além disso, "existe um grupo de pastores que o aconselham com regularidade".
A religião tem sido um tema polémico desde que Obama anunciou a candidatura à Casa Branca, em 2007. No ano seguinte, em plena campanha eleitoral, o democrata viu-se forçado a afastar o reverendo Jeremiah Burton, então seu conselheiro espiritual, quando vieram a público algumas das posições radicais deste clérigo em matéria política.
O recente sinal de tolerância de Obama sobre a edificação de uma mesquita muito perto da zona de impacto dos atentados do 11 de Setembro, em Manhattan, serviu de pretexto a uma nova onda de críticas ao Presidente. E a novas dúvidas sobre a sua verdadeira fé religiosa, alimentadas ao longo de muitas horas de sucessivos talk show televisivos nos Estados Unidos.
"O Presidente já falou muitas vezes da sua fé no passado e podem ter a certeza de que voltará falar deste tema no futuro. Mas a prioridade dele, neste momento, não é convencer os americanos de que é um cristão devoto, mas assegurar que a economia vai por bom caminho e se criam novos postos de trabalho neste país", esclareceu o porta-voz presidencial neste encontro com os jornalistas, reconhecendo não ter falado deste assunto com Obama.
A verdade é que hoje são maiores as dúvidas dos americanos sobre a crença religiosa do Presidente do que eram quando foi eleito, em Novembro de 2008.
fonte: DN
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