PSD desafia PS a deixar poder se continuar a não governar
Pedro Passos Coelho desafiou, ontem, o Governo a "dar lugar a outro" no poder "logo que possível", se continuar a "não governar". O líder do PSD apresentou, no Algarve, condições para aprovar o Orçamento de 2011 e criticou o "descalabro" na Justiça.
Na rentrée do PSD, na festa do Pontal, Algarve, o líder não poupou o Executivo, a quem pediu para deixar de procurar desculpas para não governar e de "meter medo" aos portugueses com as propostas sociais-democratas. Conforme já tinha avançado o JN, Passos Coelho acenou com eleições antecipadas e com o agravamento da crise, perante o crescimento de apenas 0,2%. E apresentou as condições para deixar passar o Orçamento para 2011.
"Não há desculpas para que não governe" e, se não o fizer, o Executivo socialista deverá dar "logo que possível o lugar a outro", desafiou o líder do PSD.
Passos Coelho alertou que o PSD não dará o seu voto a um Orçamento "que aumente os impostos de forma directa ou encapotada" ou não "ataque a despesa". E não vai deixar que o Governo continue a gastar de forma descontrolada. Como exemplo mais recente, falou dos "35 milhões de euros para aquisição de viaturas".
O aviso está feito: o Executivo "só não terá um Orçamento aprovado este ano se optar por um mau caminho, como já o optou".
O PSD, disse ainda, "não tem responsabilidade no caos" que se passa na Justiça. E diz que "nunca houve tanta interferência política no sector da Justiça como existe agora". Além disso, nota que "este Governo é responsável pelo maior descalabro de que há memória no país" naquele sector.
Passos Coelho apontou, em especial, o dedo ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, por considerar que não tem condições para se manter no cargo. E acrescentou que Mário Gomes Dias, vice-procurador, está ilegal por ter atingido o limite de idade.
Este Governo é minoritário, "mas não é um Governo de gestão", lembrou ainda, no calçadão da Quarteira. E não precisa de dizer "mentiras", como a que o PSD quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde ou liberalizar os despedimentos. Nem de desculpar-se com "o fantasma" da crise e da instabilidade para não governar.
Para o líder "laranja", a iniciativa de fazer cair o Executivo deve ser do próprio PS, tal como declarou, ao JN, o vice-presidente Diogo Leite Campos. Isto porque "os portugueses precisam de um Governo que efectivamente governe". E o Governo deve assumir as suas responsabilidades perante o país, defendeu ainda. O PSD reclama do Governo as reformas que considera importantes, com a economia social e a Justiça na linha da frente. Caso o Governo não se sinta capaz de responder a estes desafios e continuar a desculpar-se com a falta de maioria e a crise "lá fora", então deverá sair.
fonte: JN
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