Tempestade diplomática em resposta a críticas britânicas
David Cameron irritou Islamabad ao dizer que Paquistão ajuda o terrorismo e que faz jogo duplo com os ocidentais.
A acusação do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que o Paquistão exporta o terrorismo está a produzir uma intensa tempestade diplomática. Islamabad já convocou o embaixador britânico no Paquistão para um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros.
David Cameron afirmou na quarta-feira não ser "possível tolerar a ideia de um país [Paquistão] autorizado a olhar os dois lados e [que] possa promover a exportação do terror na Índia ou no Afeganistão ou em qualquer outra parte do mundo".
O primeiro-ministro britânico fez esta declaração em solo indiano (o país rival do Paquistão) e reafirmou ontem a frase, embora suavizada. O seu porta-voz acrescentou, no entanto, que o Paquistão "tem agido contra o extremismo" e que a cooperação entre os dois países prosseguirá.
Tudo isto decorre nas vésperas da visita oficial do Presidente Asif Zardari a Londres, onde haverá um encontro entre o Chefe do Estado paquistanês e o primeiro-ministro britânico, no qual serão discutidos os problemas na origem da declaração de Cameron.
É conhecida a ligação entre o exército paquistanês e os talibãs, tema que reaparece nos documentos divulgados pela organização WikiLeaks sobre a guerra no Afeganistão. Este conflito não pode ser separado dos problemas internos paquistaneses, onde um Governo fragilizado tenta limitar a acção dos fundamentalistas.
Recentes atentados na Índia ou no Afeganistão contra interesses indianos foram atribuídos a grupos radicais que tinham apoios ou cumplicidades entre os militares paquistaneses, os quais exercem um enorme poder no país.
fonte: DN
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