terça-feira, 6 de julho de 2010

Arquivado processo de Sócrates contra jornalistas da TVI


O processo por difamação que o primeiro-ministro interpôs em Março do ano passado contra cinco jornalistas da TVI foi hoje, terça-feira, arquivado pelo Ministério Público, confirmaram dois dos jornalistas envolvidos.

Admitindo "não estar surpreendida", a jornalista Ana Leal - autora da notícia que deu origem ao processo - defendeu que o arquivamento do processo "só vem provar que nós fazemos notícias sérias e rigorosas".

Sublinhando que nunca perdeu um processo judicial, a jornalista afirmou que a decisão mostra que as notícias da TVI são "feitas de forma inquestionável".

Também o jornalista Carlos Enes, outro dos jornalistas visados na queixa, disse à Lusa não se ter surpreendido com a decisão.

"Sempre tive consciência profissional das peças que fizemos, que são factualmente indesmentíveis", assinalou.

A queixa era "abstrata" e "não apontava nenhum facto concreto" que permitisse ao Ministério Público dizer "onde é que tinha havido difamação contra o primeiro-ministro", assinala o jornalista, que questiona o porquê de "tanto tempo" no arquivamento do caso.

Carlos Enes questiona também "o que é que teria valido um arquivamento do Ministério Público" em tempo mais útil na "proteção do Jornal de Sexta".

A queixa de José Sócrates remonta a Março de 2009 e foi feita contra 5 jornalistas da TVI: Manuela Moura Guedes, Ana Leal, Carlos Enes, Júlio Barulho e o então director-geral da estação, José Eduardo Moniz.

A queixa foi feita depois de a TVI ter exibido no "Jornal Nacional" uma peça a gravação de uma conversa entre um administrador do Freeport, o empresário Charles Smith, e o funcionário João Cabral.

"Tendo tomado conhecimento da divulgação pela TVI de uma gravação contendo referências ao meu nome, a propósito do caso Freeport, esclareço o seguinte: No que me diz respeito, essas afirmações são completamente falsas, inventadas e injuriosas", disse na altura Sócrates, cujo nome foi invocado por Charles Smith como envolvido em contrapartidas financeiras.

No comunicado, o chefe do Governo reiterou desconhecer Charles Smith: "Reafirmo, mais uma vez, que não conheço o Sr. Charles Smith, nem nenhum dos promotores do empreendimento Freeport".

"Quero repudiar, com veemência, todas as referências que procuram envolver-me, directa ou indirectamente, em qualquer comportamento ilícito, ou menos próprio, a propósito do caso Freeport", acrescentou o primeiro-ministro.

fonte: Jn

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