segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Revolta na Internet contra declarações de Cavaco
















Está online uma petição que pede a Cavaco Silva a «imediata demissão do cargo de Presidente da República». É mais uma reacção às palavras do Presidente sobre o facto de as suas duas reformas não chegarem para cobrir as despesas que tem.

O texto já foi assinado por mais de 2.600 pessoas e acusa Cavaco de «grande falta de senso e de respeito para com a População Portuguesa».

Os signatários afirmam que as declarações de Cavaco «estão a inundar de estupefacção e incredulidade uma população que viu o mesmo Presidente promulgar um Orçamento de Estado que elimina o 13.º e 14.º meses para os reformados com rendimento mensal de 600 euros» e lembram que em 2011 Cavaco Silva recebeu um total de 10.042 euros mensais.

«Peso isto bem como o medíocre desempenho do Sr. Presidente da República face à sua diminuta intervenção nos assuntos fundamentais e fracturantes da Sociedade Portuguesa, os cidadãos abaixo assinados vêm por este modo transmitir que não se sentem representados, nem para tal reconhecem autoridade ao Sr. Aníbal António Cavaco Silva», pode ler-se no abaixo-assinado online.

Durante o fim-de-semana, multiplicaram-se em blogues e redes sociais, particularmente no Facebook, as criticas às declarações de Cavaco e imagens satíricas ‘representando’ as dificuldades financeiras que o casal presidencial estará a passar. E o Presidente recebeu mesmo uma vaia em Guimarães durante a cerimónia de abertura da Capital Europeia da Cultura.

E até a empresa de t-shirts humorísticas Cão Azul lançou uma linha dedicada ao tema. «Ajuda os Mariani, eles precisam de ti» e «Ajuda o Cavaco a pagar as despesas» são frases que agora figuram em t-shirts à venda no site da Cão Azul, por 12 euros.

Recorde-se que Cavaco Silva afirmou esta sexta-feira estar preocupado com o valor que irá receber ao fim de cerca de 40 anos de descontos para a Caixa Geral de Aposentações e pelo Banco de Portugal.

«Devo receber 1.300 euros por mês. Não sei se ouviu bem: 1.300 euros por mês», disse aos jornalistas, com um desabafo: «Quase de certeza que não dá para pagar as minhas despesas».

fonte: Sol

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O primeiro "apagão" contra a lei "que pode matar uma Internet livre e aberta"









O dia 18 de Janeiro de 2012 vai ficar na história como o dia do primeiro “apagão” na Internet. Vários sites de referência, entre os quais a versão em língua inglesa da Wikipedia e o da plataforma de blogues Wordpress, bloquearam hoje total ou parcialmente o acesso às suas páginas, em protesto contra duas leis em discussão no Congresso norte-americano que poderão afectar o funcionamento de sites registados fora dos Estados Unidos – o Stop Online Piracy Act (SOPA) e o Protect IP Act (PIPA). 

“Há mais de uma década que gastamos milhões de horas a construir a maior enciclopédia da história da humanidade. Agora, o Congresso dos Estados Unidos está a discutir legislação que pode matar uma Internet livre e aberta. Durante 24 horas, como forma de sensibilização, a Wikipedia está em baixo”, lê-se na página de entrada da versão em língua inglesa da Wikipedia. Na realidade, o “apagão” da versão em língua inglesa da Wikipedia pode ser contornado de duas formas – através do acesso a partir da versão mobile ou mesmo no computador, desactivando o Javascrip no browser.

As versões em outras línguas, como a portuguesa, não desapareceram, mas mostram na entrada um link para uma página em que se explica o motivo do protesto.

Vários outros sites, como o da famosa revista de tecnologia “Wired”, permitem que os seus leitores tapem todas as notícias com faixas pretas, deixando apenas visível os apelos contra a aprovação das leis em causa: “Não censurem a Web. Digam ao Congresso que não querem o SOPA e o PIPA”.

Muitos outros sites que já expressaram publicamente a sua oposição às propostas de lei em causa, como o Facebook ou o Twitter, não participam neste protesto.

Indústria do cinema condena protesto "irresponsável"

Um dos defensores das leis em discussão no Congresso norte-americano, o presidente da Motion Picture Association of America, Chris Dodd, considera que o protesto encabeçado pela Wikipedia é “irresponsável” e representa “uma falha no serviço prestado às pessoas que confiam neles para obter informação”.

“Este auto-denominado ‘apagão’ é apenas mais um estratagema perigoso, planeado para castigar responsáveis eleitos que estão a trabalhar diligentemente com vista à protecção dos postos de trabalho americanos de ataques de criminosos estrangeiros”, lê-se no comunicado publicado no site oficial da associação.

Protesto avançou apesar dos recuos no Congresso e das críticas de Obama

O protesto de hoje é levado a cabo mesmo depois de a Câmara dos Representantes ter anunciado o adiamento da votação do Stop Online Piracy Act por tempo indefinido, para garantir a obtenção de “um consenso mais alargado”, e depois de a Casa Branca ter declarado que a Administração Obama “não irá apoiar legislação que reduza a liberdade de expressão, que aumente o risco da cibersegurança ou que ponha em causa uma Internet global dinâmica e inovadora”.

Apesar destas aparentes vitórias para os opositores das propostas de lei, o facto é que o Senado mantém para o dia 24 deste mês a discussão do Protect IP Act.

SOPA e PIPA: o que são, quem defende e quem ataca

O Stop Online Piracy Act (SOPA) e o Protect IP Act (PIPA) são duas propostas de lei que estão a ser discutidas no Congresso dos Estados Unidos – a primeira na Câmara dos Representantes e a segunda no Senado.

Na prática, estas propostas permitem que o Departamento de Justiça (um misto de Ministério da Justiça e Procuradoria-Geral da República em Portugal) possa pedir uma ordem judicial para encerrar ou bloquear o acesso a sites que considere estarem a disponibilizar ou facilitar o acesso ilegal a músicas, filmes ou outro género de obras protegidas. Admitem também que o procurador-geral norte-americano possa exigir a remoção de sites das pesquisas nos motores de busca e que os detentores de direitos possam contactar directamente as empresas de pagamentos online, como o PayPal ou empresas de cartões de crédito, para cortarem o envio dos valores pagos por clientes de sites considerados ilegais.A intenção de encerrar ou impedir o acesso a sites que permitam a partilha ilegal não é uma novidade, mas tem esbarrado no anonimato da Internet e no facto de muitos de esses sites estarem registados fora dos Estados Unidos, algo que estas duas propostas de lei querem contrariar.

Os principais opositores do Stop Online Piracy Act e do Protect IP Act não estão contra o combate à partilha ilegal, mas defendem que este controlo não pode ser feito às custas da restrição de direitos, liberdades e garantias – por exemplo, um dos aspectos mais controversos dos documentos prevê que sites como o YouTube ou o Facebook sejam obrigados a monitorizar e a remover toda a informação publicada pelos seus utilizadores que ensinem técnicas ou estratégias para contornar as novas leis antipirataria. Assim, todos os sites seriam obrigados a eliminar um simples "post" num blogue que fizesse referência, por exemplo, a extensões para o browser Firefox como o deSopa, que redirecciona endereços de sites para servidores “offshore”, numa demonstração de que “há várias falhas graves” no SOPA e de que esta lei irá instigar a criação de soluções técnicas que permitam contorná-la, o que irá “provocar o caos na Internet”, conforme se pode ler na página oficial da extensão.

Os defensores do SOPA acreditam que a proposta dará mais protecção à propriedade intelectual e terá benefícios na manutenção de postos de trabalho nas indústrias mais afectadas pela partilha ilegal na Internet; já os opositores consideram que esta proposta baseia-se na censura e constitui uma ameaça à liberdade de expressão, podendo mesmo levar ao fim da Internet tal como a conhecemos – em teoria, motores de busca como o Google, sites de partilha de vídeos como o YouTube ou redes sociais como o Facebook e o Twitter cabem na definição de sites que permitem o acesso a material protegido pelas leis da propriedade intelectual.

Entre os defensores do SOPA, naturalmente encabeçados pelo autor da proposta, o republicano Lamar Smith, estão as indústrias do cinema e da música norte-americanas e empresas de vários sectores da sociedade, como as cadeias de televisão NBC e ABC e marcas como a Nike e a Ford; do lado da oposição estão muitos dos pesos-pesados da Internet, como a Google, o Yahoo!, o Facebook, o YouTube, o Twitter e a Fundação Wikimedia, e organizações como a Human Rigths Watch e a Repórteres Sem Fronteiras. 

fonte: Público

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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