quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PSP quer blindados para entrar nos bairros de risco


A PSP assumiu que tinha feito uma primeira lista de material, que ascendia a 20 milhões de euros, e esclareceu por que razão os blindados 'de guerra' da GNR não servem.

A primeira lista de material e equipamento que a PSP apresentou à tutela, no início do ano, como necessário para o cumprimento das suas missões de ordem pública, exigia uma despesa de 20 milhões de euros. Ontem, em conferência de imprensa, o comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP) assumiu tratar-se de equipamento cuja falta "tem vindo a ser identificada ao longo dos anos" e que a exigência da operação de segurança da Cimeira da NATO em Novembro "catalisou" a urgência da sua aquisição.

A compra dos seis blindados, os quais o intendente Magina da Silva fez questão, em rigor, de explicar que se tratam de "veículos de transporte de pessoal com protecção balística" (semelhantes aos da foto), faz parte desse inventário de falhas identificado pela PSP. "A sua utilização não se esgota, como é óbvio, na Cimeira da NATO. É sabido que a PSP tem competência sobre mais de 300 zonas urbanas sensíveis e, apesar de ser um facto que a criminalidade violenta e grave desceu 11%, também é verdade que a PSP tem de entrar nessas zonas em situações de alteração de ordem pública graves, envolvendo armas de fogo." O comandante da UEP lembrou que "a PSP é a única força de segurança urbana europeia que não possui este tipo de veículos indispensáveis a garantir, não só a segurança dos cidadãos, mas também para protecção dos agentes policiais".

O presidente do Sindicato dos Oficiais de Polícia, Jorge Resende, comandante da Divisão de Loures - uma zona com vários bairros de risco - confirma esta necessidade: "Tem havido cenários complicados e não podemos mandar os homens em simples 'carros de compras', como são as nossas viaturas, sem qualquer protecção balística".

As "necessidades, quase diárias, de intervenção nesses bairros" são, segundo o intendente Magina da Silva, uma das razões porque a oferta dos blindados da GNR - que este comandante garantiu desconhecer - para a Cimeira não serviria depois para as restantes intervenções "permanentes".

Esclareceu que características dos blindados da GNR não se adequam ao tipo de policiamento urbano, pois "foram adquiridos para um cenário de guerra, o Iraque, tem torres com metralhadoras e lança-granadas automáticos. Não é isto que se pretende".

O intendente Magina da Silva sublinhou que "basta fazer uma pesquisa na internet" "Para se confirmar que todo o histórico de alteração de ordem pública associado a este tipo de Cimeira é enorme e da mais elementar prudência a PSP estar pre- parada para o pior. A PSP é uma forma de segurança integral e tem de ter condições para fazer face a um largo espectro de conflitos no âmbito da segurança interna. Com a cimeira, é a imagem de Portugal que está em jogo." Magina da Silva recordou que, no mais recente evento do género, "a cimeira do G20 em Toronto, a operação de segurança custou 800 milhões de euros" (ver caixa).

De acordo com o comandante da UEP, o custo dos veículos representa "um quinto do total", sendo a "grande fatia o equipamento de protecção pessoal, como capacetes, viseiras, coletes antibala, entre outros". Na "lista" está ainda um canhão de água e outras viaturas de transporte das equipas de intervenção rápida, bem como, "por exigência da NATO", material de segurança electrónica.

fonte: DN

'The Flinstones' fazem 50 anos


Os desenhos animados 'The Flinstones' comemoram hoje 50 anos.

A série - que se passa há 10 mil anos, na idade da Pedra - foi transmitida no canal “ABC” da televisão norte-americana, numa criação de Joe Hanna e Bill Barbera.

Fred, Wilma, Barney e Betty são as personagens principais dos desenhos animados que são um retrato de uma família padrão nos Estados Unidos. O sucesso foi tal que a série animada acabou por ser levada ao cinema, desta feita com figuras reais.

Ainda hoje os desenhos animados são exibidos em vários canais televisivos de vários países.

Veja o vídeo com o genérico:



fonte: DN

Interceptado plano para atacar países europeus


Ataques no Reino Unido, França e Alemanha eram inspirados nos de Bombaim.

Os serviços secretos ocidentais abortaram um plano para realizar ataques terroristas no Reino Unido, em França e na Alemanha, noticiaram ontem as televisões britânicas BBC e Sky News.

"Trata-se do mais sério projecto de atentados planeados pela Al--Qaeda nos últimos anos", avançou a primeira estação televisiva, citando fontes governamentais. "A operação tinha uma ligação com a Al-Qaeda e talvez com os talibãs", transmitiu a segunda. A americana ABC News noticiou depois que na lista de alvos também constavam os Estados Unidos.

O plano era decalcado dos ataques que há dois anos foram levados a cabo em Bombaim, por um comando de homens armados que matou e feriu pessoas em vários pontos da cidade indiana - seleccionados previamente.

A informação sobre o plano terá vindo de interrogatórios feitos a suspeitos na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Nomeadamente a um cidadão de origem alemã chamado Ahmad, que foi preso, em Julho, em fuga de Cabul e actualmente se encontra na prisão de alta segurança de Bagram, escreveu a revista alemã Spiegel.

As notícias foram ontem parcialmente confirmadas por parte de responsáveis de segurança ouvidos pelas agências, mas não pelas autoridades oficiais dos três países europeus nomeados. "A ameaça é bastante real", disse uma fonte europeia que falou à AFP a coberto do anonimato. "A ameaça é credível, mas pouco precisa", adiantou, à mesma agência, fonte americana ligada à Defesa.

O Ministério do Interior alemão indicou, em comunicado, que há muito tempo que tem informações sobre eventuais atentados. "Neste momento não há risco de atentado iminente na Alemanha, por isso não é necessária uma mudança no nível de alerta." O Ministério do Interior britânico admitiu, através de um porta-voz, que há "uma ameaça terrorista real, mas não há qualquer mudança" no nível de alerta, o que já é grave. Na França têm-se multiplicado os falsos alertas de bomba desde que o Governo alertou para um atentado iminente no país, o último dos quais aconteceu terça-feira na Torre Eiffel. Fonte das secretas francesas disse, porém, à AFP, que a ameaça que enfrentam os franceses é distinta da que ontem foi noticiada pelos media britânicos e norte-americanos.

A França acredita que há maior probabilidade de um ataque terrorista no seu território vir da Al- -Qaeda no Magrebe Islâmico, uma metamorfose do Grupo Salafita para a Prédica e o Combate, que tem origem na Argélia. Foi este o grupo que levou ao cancelamento do rali Lisboa-Dakar em 2008.

Ontem, precisamente, foi detido em Esplugues de Llobregat, perto da cidade de Barcelona, um cidadão americano de origem argelina, Mohamed Omar Debhi, por "suspeita de financiamento da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico". Este homem, de 43 anos, enviou por transferência ou por correio humano cerca de 60 mil euros a um argelino, Toufik Mizi, que é procurado por terrorismo pela justiça espanhola desde 2006.

fonte: DN

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Há medicamentos que vão ficar dez vezes mais caros


Impacto das novas regras faz disparar custos de alguns medicamentos. Preço vai desaparecer das embalagens.

Há medicamentos que já a partir desta sexta-feira vão passar a custar quase 11 vezes mais aos portugueses, mesmo com a descida dos preços em 6%. Consequência das alterações anunciadas há cerca de duas semanas pela ministra Ana Jorge, que implicam redução e mudanças nos escalões de comparticipação e no preço usado como referência para o apoio do Estado. Ontem ficou a saber-se que as embalagem vão também deixar de ter o preço marcado.

O caso do omeprazol, usado no tratamento das úlceras de estômago e um campeão de vendas, é emblemático. Actualmente, uma embalagem de 56 comprimidos de omeprazol (20 mg) custa aos doentes do regime geral 1,74 cêntimos. O preço de venda ao público da embalagem deste remédio, do qual são vendidas 300 mil embalagens por ano, é de 29,28 euros. Mas é comparticipado em 69% (valor calculado sobre o preço de referência do produto que, neste caso, é de 39,91 euros), o que significa que o Estado tem assumido o pagamento de 27,54 euros.

Mas na sexta-feira, quando entrarem em vigor as novas regras, a mesma embalagem vai ter um custo quase 11 vezes superior para o mesmo doente. Ele passará a pagar 18,84 euros, revelam os cálculos do impacto das medidas feitos por uma consultora a que o DN teve acesso. Isto porque o apoio do Estado diminuiu drasticamente, anulando o efeito da redução do preço em 6%. O escalão de comparticipação cai para os 37% e o preço base usado para calcular este apoio (preço de referência) diminuiu, passando de 39,91 euros para 23,47 euros.

Também uma embalagem de Pantoc 40mg, um antiácido e anti-ulceroso que vendeu num ano mais de 77 mil caixas, vai sofrer a mesma alteração do regime de comparticipação: passa de 69% para 37%. Isto significa que o utente em regime geral terá de pagar 40,79 euros em vez de 23,58 euros.

Mas há casos em que o aumento é pouco significativo, como é o do Nimed, usado para o tratamento da dor aguda, em que uma embalagem irá custar menos de cinco euros por causa de redução de preço de 6%. A partir de sexta-feira, o doente pagará mais por 1,56 cêntimos por caixa.

O Ministério da Saúde desvaloriza o impacto de subidas tão agravadas. "O omeprazol é uma das substâncias mais vendidas e também das mais antigas. E que mais medicamentos de marca e genéricos tem no mercado. O preço dos genéricos mais baratos apenas será afectado em cerca de um euro, por isso o doente tem sempre essa opção", garante fonte do gabinete de Ana Jorge.

Ainda à espera de luz verde de Cavaco Silva está a decisão do ministério de acabar com a obrigatoriedade de as embalagens terem o preço marcado.

A medida evita que milhares de medicamentos tenham de voltar às farmacêuticas para serem remarcados até sexta-feira. O mais provável é que, tal como aconteceu com o aumento do IVA, o novo preço venha na factura, independentemente do valor que está na embalagem (ver texto ao lado).

O Ministério da Saúde explica que "o cidadão pode perguntar o preço do medicamento ao farmacêutico, que lhe dará informação do preço efectivamente a pagar".

fonte: DN
PSD quer impedimento de procriar consagrado na lei


A vice-presidente da bancada do PSD Teresa Morais afirmou à Lusa que as iniciativas legislativas que facilitem o registo civil dos transexuais devem consagrar o seu impedimento em procriar, mas o BE recusa qualquer tentativa de "esterilização forçada".

A direcção da bancada deu liberdade de voto aos deputados sociais democratas nos projectos de lei do Governo e do BE que facilitam a mudança de nome e género no registo civil para os transexuais, que são discutidos hoje.

Embora o PSD não tenha definido ainda uma posição "oficial", Teresa Morais apontou à Lusa dois requisitos que considera que devem estar consagrados na lei. "Achamos importante que esteja consagrada a irreversibilidade deste processo [de mudança de identidade de género] e a circunstância de essas pessoas não estarem já em condições de procriar", afirmou.

A vice-presidente da bancada social democrata disse que "não gostaria de ver acontecer em Portugal o que já aconteceu nos Estados Unidos e em Espanha, de alguém que nasce fisicamente como mulher mas assume-se como homem e mantém todo o aparelho reprodutor intacto e, portanto, já tendo identidade reconhecida como homem, pode gerar uma criança".

O PSD pondera que "se estas duas propostas legislativas forem votadas favoravelmente no plenário e baixarem à comissão, se poderá justificar apresentar propostas de alteração no trabalho na especialidade", afirmou, considerando que "isto parece mais viável no caso do [projecto de lei do] Bloco de Esquerda".

Confrontado com esta disponibilidade do PSD, o deputado bloquista José Soeiro disse que "deve haver um trabalho na especialidade que consensualize propostas e que até possa fazer um texto comum", mas sublinhou que o BE não abdicará de "princípios de direitos humanos". E a "esterilização forçada é um atentado aos direitos humanos" que o BE não aceitará, afirmou.

De acordo com José Soeiro, "a lei deve seguir a experiência de outros países". E recordou que "não há ninguém em Espanha que se queixe da aplicação da lei de identidade de género, a não ser os próprios transexuais, que estão neste momento a lutar para que em determinadas circunstâncias o prazo seja menor".

O deputado socialista Miguel Vale de Almeida afirmou, na terça feira, ter "praticamente a certeza de que [a proposta de lei do Governo] será aprovada", já que pretende preencher "uma lacuna na lei".

Portugal é "um dos únicos países que já foi chamado à atenção pelo comissário europeu dos Direitos Humanos, Thomas Hammarberg, para essa lacuna gravíssima, que tem feito com que as pessoas transexuais, para alterarem o registo do nome e do sexo no registo civil, tenham que interpor uma ação contra o Estado português", sustentou.

O projecto de lei do BE prevê que se "comprove que a pessoa transexual vive há pelo menos dois anos no sexo social desejado e que tenha estado, ou esteja há pelo menos um ano, em tratamentos hormonais com vista ao ajustamento das características físicas à identidade de género em que vive".

A iniciativa legislativa do Governo prevê que as "pessoas a quem tenha sido clinicamente diagnosticada uma perturbação de identidade de género possam requerer, em qualquer conservatória do registo civil, a alteração do sexo e do nome próprio, bastando apresentar um relatório elaborado por equipa clínica multidisciplinar de sexologia clínica que comprove o respectivo diagnóstico".

fonte: DN

Esta crise já mexeu com a vida deles


Casos de portugueses que sentem na pele as dificuldades provocadas pela crise. Se este é também o seu caso, conte-nos. Diga-nos o que foi obrigado a mudar na sua vida, para o e-mail online@dn.pt. Só lhe pedimos que inclua o seu nome, idade, profissão e que... seja sucinto.

"Onde querem que corte mais?"

Helena Araújo, 34 anos, Informática, conta-nos que é mãe divorciada. "Perdi o meu emprego no Algarve, onde tinha o apoio da minha mãe e só arranjei emprego em Lisboa, para onde eu e o meu filho tivemos de mudar.
Hoje além de uma renda substancial (500 euros), pago adicionalmente ATL (perto dos 200 euros) e o passe (quase 70 euros) para o transporte diário para o emprego. Tive de andar 6 meses com sapatos rotos sem possibilidade de comprar novos, fazendo agora nos saldos. A minha casa só tem camas, que comprei em segunda mão, porque não tive dinheiro para trazer a mobília que tinha do Algarve. Já cortei no que posso e não posso para tirar o dinheiro para o acréscimo de despesas inerentes a viver sem qualquer apoio do sistema educacional (o meu filho sai das aulas as 13h) e familiar. Onde querem que corte mais? Onde vou buscar o dinheiro agora para MAIS aumentos?!?"

Jantar fora acabou

António Oliveira, bombeiro há 28 anos, completados na segunda-feira, 52 anos de idade, só não tem outro emprego porque a lei não permite. A crise "afecta a vida de todos, e se eles tiram de um lado, nós temos de tirar do outro", diz. Por isso, o habitual jantar fora de casa uma vez por semana quase deixou de existir, assim como as saídas passaram a ser mais moderadas. As férias, essas, são agora obrigatoriamente cá dentro. J.B.

Sem consumo obrigatório

Bruno Silva tem 18 anos e estuda na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda."Hoje em dia, opto por tirar fotocópias em vez de comprar os livros", conta. A crise tem afectado a sua vida de estudante. E a social. Reduziu os almoços e os jantares fora, o cinema deixou de fazer parte da rotina. Compra menos roupa, os concertos e as discotecas foram substituídos por bares sem consumo obrigatório. J.C.

Tudo para manter filho de 5 anos

Carla Rego, 33 anos, casada, professora de Geografia na Escola Secundária Diogo Cão, em Vila Real. Tem um filho de 5 anos e tenta que "tudo quanto a ele diz respeito se mantenha", como infantário, alimentação e vestuário. "Procuro que nada lhe falte, mas para isso tenho de prescindir de várias coisas que eram habituais, as refeições fora de casa, as férias que desde o ano passado já se não gozam, as roupas de que se gosta..." J.A.C.

Pedem cerveja em vez de vinho

Edmundo Marques, 80 anos, viticultor do concelho de Nelas, diz que até pode haver crise, mas não consegue arranjar pessoas para trabalhar na vindima. Ainda assim, admite que "há menos dinheiro a circular. Quem vai ao restaurante já não pede uma garrafa de vinho, pede cerveja". Crítico, diz que as pessoas se habituaram aos subsídios. "Enquanto há dinheiro, vão gastando. Quando acaba… esperam pelo próximo!" A.A.

"Vou menos ao cabeleireiro"

Alda Lambelho, 45 anos, é florista no Fundão. Conta que o negócio se ressentiu muito. "Vendemos menos, logo compramos menos. Isso obrigou-nos a cortar em várias despesas." Em casa também tem apertado o cinto. "Nas compras tento escolher sempre o mais barato e opto por marcas brancas. Vou muito menos ao cabeleireiro, quase não frequento restaurantes e o cinema também foi abolido. Agora vejo filmes em casa." C.C.

"Ando a pé e de bicicleta"

Mário Freire tem 31 anos e é jornalista. Vive em Pombal. Desde que foi preciso apertar o cinto, optou por deixar de fumar e ir menos vezes ao café. O automóvel - agora movido a gás - fica mais vezes à porta de casa. "Só uso o carro quando é mesmo essencial, prefiro andar a pé ou de bicicleta", explica. Os almoços, que antes eram fora, são agora feitos em casa. E na cozinha quase só entram marcas brancas. S.M.F.

"Deixei de ir de férias"

Arminda Sereno, de 51 anos, que vende gelados no Marquês de Pombal, em Lisboa, diz que "a crise afecta muito e está cada vez pior". Por causa disso, "as pessoas compram-me menos coisas e eu faço muito menos negócio", contou. "Tenho de poupar muito. Deixei de ir de férias e fico em casa, que é mais barato. E evito comprar roupas. Não é preciso ter roupa nova para mostrar. É preciso é estar limpa e lavadinha", frisou. D.L.

"Cobro menos 30%"

Paulo Edson Cunha, 41 anos, advogado no Seixal, já costumava pedir aos seus clientes uma provisão de 500 euros quando iniciava qualquer processo jurídico. Actualmente, os dias de crise obrigaram-no a baixar a fasquia para os 350 euros. "Cobro menos 30% que há dez anos", assume, admitindo que para ganhar mais do que há uma década tem de garantir "dez vezes mais processos". R.D.

"Trabalho 14 horas por dia"

Joaquim Dias, de 58 anos e pescador/armador na embarcação Arrifana registada no porto de Faro, trabalhava seis horas por dia. Agora, "são 14 horas para tentar apanhar mais peixe e assim fazer face às despesas", conta. Só em gasóleo, são dez mil euros mensais. Trabalha "de Maio a Dezembro, na pesca da sardinha". O resto do ano não compensa. Dos seus 13 empregados só cinco têm contrato a tempo inteiro. J.M.O.

Livros escolares a crédito

Hilário Lopes, 49 anos, taxista no Funchal diz que "pela primeira vez na vida" foi "obrigado" a recorrer ao crédito para dar estudo aos seus três filhos: comprar livros e material escolar. "Fiz um empréstimo para pagar em 60 meses", conta. Taxista há 21 anos diz que nunca viveu semelhante crise. "Não há turistas em terra. E os turistas dos cruzeiros são agarrados pelas camionetas das agências." Considera a situação "grave". L.B.

fonte: DN

PR sublinha 'consequências graves' de uma crise política


O Presidente da República apelou hoje aos partidos para que desenvolvam "todos os esforços" para alcançar os entendimentos necessários em torno do Orçamento do Estado para 2011, sublinhando as consequências "extremamente graves" que resultariam de uma crise política.

"No respeito pelas opções de cada força partidária, o Presidente da República apelou a que os partidos políticos desenvolvam todos os esforços para alcançar em torno do Orçamento de Estado para 2011 os entendimentos que considerem necessários para a realização dos superiores interesses nacionais", lê-se num comunicado da Presidência da República.

Na nota, que foi divulgada depois do chefe de Estado ter terminado uma ronda de audições com os partidos políticos, é ainda referido que nesses encontros Cavaco Silva sublinhou "as consequências extremamente graves que resultariam da ocorrência de uma crise política na actual conjuntura, atendendo ao quadro jurídico-constitucional que presentemente condiciona a sua resolução".

Ainda de acordo com o comunicado da Presidência da República, o chefe de Estado fez ainda referência à forte dependência da economia portuguesa relativamente aos financiamentos externos a que recorrem o Estado, o sector bancário e os agentes económicos.

fonte: DN

IVA aumenta para 23%, cortes até 10% nos salários da função pública

 

O corte entre 3,5% e os 10% nos salários da Administração Pública a partir dos 1500 euros, incluindo órgãos de soberania, é a "mais difícil" de um pacote de medidas anunciadas pelo primeiro-ministro para o Orçamento de Estado para 2011. O Governo também determinou a redução nas deduções fiscais com saúde e educação e a subida do IVA para 23%.

As medidas de austeridade e contenção da despesa foram apresentadas pelo primeiro-ministro José Sócrates e pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, no final do Conselho de Ministros desta tarde.

Principais medidas de contenção da despesa para 2011:

- Corte progressivo entre 3,5% e os 10% no salário da função pública, abrangendo órgãos de soberania, a partir dos 1500 euros

- Redução das ajudas de custo e horas extraordinárias

- Congelamento das progressões na carreira da função pública

- Congelamento das pensões em 2011

- Impossibilidade de acumular ordenados na função pública e pensões

- Redução de 20% no Rendimento Social de Inserção

- Redução dos encargos da ADSE

- Redução das transferências do Estado para as autarquias, Regiões Autónomas, Serviços e Fundos Autónomos

- Redução das indemnizações compensatórias

- Redução de 20% da frota automóvel do Estado

- Redução das despesas no âmbito do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), o equivalente a 0,2% do PIB

- Extinção/fusão de organismos da Administração Pública directa e indirecta

- Reorganização e racionalização do Sector Empresarial do Estado, reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes

Medidas de contenção em vigor já este ano:

- Eliminação do aumento extraordinário de 25 por cento do abono de família nos 1º e 2º escalões e eliminar os 4º e 5º escalões desta prestação;

- Redução das ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação

- Congelamento das admissões e redução do número de contratados

- Redução nas despesas com medicamentos e meios complementares de diagnóstico (0,3% do PIB)

Algumas medidas para aumento da receita:

- Redução da despesa fiscal com a fixação de um tecto global, progressivo, para as deduções e benefícios fiscais

- Aumento de dois por cento no IVA que passa para 23%,

- Revisão das taxas e multas

- Novo imposto sobre o sector financeiro

Teixeira dos Santos indicou que o Governo pretende, assim, reduzir a despesa em 3.420 milhões de euros (0,6% do PIB) no próximo ano, com cortes nas despesas de funcionamento, segurança social, transferências para os diversos subsectores, medicamentos e investimento.

O ministro das Finanças afirmou ainda que Governo espera arrecadar 1,7 mil milhões de euros com as medidas para melhorar a receita e garante que "dois terços" da consolidação orçamental serão feitos do lado da despesa.

Medidas tomadas porque "não há nenhuma outra alternativa"

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que só agora tomou medidas de corte de salários e de novos aumentos de impostos quando entendeu em consciência que não lhe restava qualquer outra alternativa.

"Não tomámos estas medidas de ânimo leve, porque exigem uma grande decisão por parte daqueles que têm responsabilidades", afirmou o primeiro-ministro. "Estas medidas só são tomadas quando um político entende em consciência que não há nenhuma outra alternativa. Foi essa a conclusão a que cheguei agora e não em Maio", justificou.

fonte: DN

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primeiro esboço do novo conceito estratégico da NATO foi bem recebido pelos aliados, diz porta-voz


O Conselho Rússia NATO está previsto para 22 de Setembro.

O projeto para o “novo conceito estratégico” da NATO, apresentado pelo secretário-geral da organização na segunda-feira, foi bem recebido, havendo “mais pontos de convergência que de divergência”, anunciou hoje em Bruxelas o porta-voz da Aliança.

James Appathurai lembrou que este primeiro esboço é ainda somente "um ponto de partida", começando agora a ser discutido com os embaixadores dos países membros.

Em conferência de imprensa, no quartel-general da NATO, Appathurai acrescentou que o projeto do «novo conceito estratégico» da Aliança Atlântica vai ainda ser debatido pelos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, a 14 de outubro, antes de ser adotado em novembro, na cimeira de Lisboa.

O porta-voz sublinhou que a forma “inclusiva e transparente” no processo de consulta para a elaboração do documento já “está a produzir resultados”, pois as primeiras reações foram positivas, destacando-se «muito mais pontos de convergência do que de divergência».

Escusando-se a avançar pormenores sobre o conteúdo do documento, que a NATO espera manter "privado" até à cimeira de Lisboa, Appathurai adiantou que o texto tem um cariz bastante político, é curto e claro – apenas 10 páginas (às quais se juntarão depois textos mais burocráticos, sobretudo sobre implantação) -, pois o desejo do secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, foi que o texto fosse “legível” também pelos cidadãos.

O “esboço” elaborado por Rasmussen pretende “não só refletir as mudanças dos últimos dez anos” - o anterior conceito data de 1999 -, mas também lançar aquelas que são necessárias “para os próximos dez”, acrescentou.

O porta-voz indicou que será depois da reunião ao nível de ministros da Defesa e chefes de diplomacia da Aliança, a 14 de outubro em Bruxelas, que se entrará numa fase mais intensa de redação do texto, com vista à sua adoção pelos 28 estados membros da NATO, na cimeira de Lisboa, a 19 e 20 de novembro.

fonte: Jornal i

CIA efectua ataques aéreos em grande escala contra zonas do Paquistão


A CIA está a efetuar ataques aéreos, em grande escala, contra zonas do Paquistão, fronteiriças com o Afeganistão, numa tentativa de frustrar eventuais atentados terroristas na Europa, segundo vários meios de comunicação social norte-americanos.

Este mês, a CIA efetuou pelo menos 20 ataques com aviões tele comandados que lançaram mísseis contra alegados alvos terroristas nas "zonas tribais" do noroeste do Paquistão, segundo os jornais New York Times e Wall Street Journal, bem como o canal de televisão CNN.

O aumento de ataques é uma resposta a informações sobre alegadas "conspirações" para perpetrar atentados terroristas no Reino Unido, França ou Alemanha, segundo "funcionários" da CIA contactados pelo Wall Street Journal e outros jornais.

"O objetivo de tudo isto é abortar as conspirações terroristas, que estejam na fase de desenvolvimento, e sejam quais forem os lugares onde pretendem efetuar” os ataques, disse segunda feira à CNN um "funcionário" da CIA que pediu para não ser nomeado.

Por sua vez, o New York Times refere que “os ataques são um reflexo da crescente frustração, tanto no Afeganistão como nos Estados Unidos, face à impressão de que o governo do Paquistão não foi suficientemente agressivo na retirada de militantes das suas bases, nas montanhas ocidentais do país”.

As atuais operações da CIA estão centradas na região do Norte do Waziristão, considerado um "refúgio" para al-Qaida e para talibãs.

O governo paquistanês protestou segunda feira formalmente pelos ataques que foram lançados domingo e segunda feira com helicópteros norte-americanos da NATO, a partir do Afeganistão, contra a zona fronteiriça do Paquistão, nos quais morreram mais de 50 pessoas.

fonte: Jornal i

Cimeira Nato: Governo investe 5 milhões em material de segurança


O governo vai gastar cerca de cinco milhões de euros em material e equipamentos de segurança que vai ser utilizado na Cimeira da NATO, que se realiza a 19 e 20 de Novembro, em Lisboa.

Um dos fortes motivos para este forte investimento em segurança é a presença dos principais líderes mundiais no local onde se realiza a cimeira, no Parque das Nações, entre eles Barack Obama, revela o Diário de Notícias.

Seis carros blindados anti-motim, anti-bomba, anti-fogo e anti-minas são os equipamentos que compõem a lista e que são iguais aos utilizados pelas tropas norte-americanas e inglesas no Iraque. As viaturas, com capacidade para seis pessoas, vão servir para transportar e distribuir as equipas de intervenção para as chamadas “zonas quentes”.

Além destes equipamentos está também a ser comprado material de segurança mais sensível, de informação e contra-informação, bloqueio de telemóveis, de protecção policial como escudos, capacetes, gás-pimenta, gás lacrimogéneo e barreiras de protecção para isolar a zona da cimeira.

Embora a lista já tivesse sido elaborada pela Direcção Nacional da PSP, só na semana passada é que o Ministério da Administração Interna deu o aval para avançar.

O material vai ser comprado sem ir a concurso público pelo facto de se tratar de “material crítico, de segurança”, como disse fonte da PSP ao Diário de Notícias.

Como forma de justificar este investimento, um oficial da PSP disse ao jornal que “A PSP deve ser a única polícia urbana da Europa que não tem estes veículos, essências para proteger as equipas policiais que se querem colocar num qualquer incidente de ordem pública, como um motim, ou uma manifestação violenta”.

fonte: Jornal i

Ex-ministra troca inflação por felação


Durante um programa de televisão emitido no sábado pelo Canal+, a ex-ministra da Justiça francesa Rachida Dati trocou acidentalmente a palavra "inflação" por "felação".
, em declarações à rádio RTL, a eurodeputada justificou-se dizendo que "falou um pouco depressa de mais". Dati não perdeu o sentido de humor e afirmou que, pelo menos, o engano serviu para "fazer rir toda a gente".

Veja o vídeo:


fonte: DN

Chávez vai ter de passar a negociar com a oposição



Legislativas mais participadas disseram 'não' ao monopólio presidencial.

A oposição venezuelana conseguiu mais de um terço dos lugares do Parlamento nas legislativas de domingo, o que irá forçar o Presidente a negociar. Igual a si próprio, Hugo Chávez preferiu, porém, sublinhar a sua "vitória sólida" que, garante, possibilitará aprofundar o "socialismo democrático".

"Meus caros compatriotas, este é um grande dia e nós obtivemos uma sólida vitória. Suficiente para continuar a aprofundar o socialismo bolivariano e democrático", afirmou Chávez ao ter conhecimento dos resultados das legislativas. Mas a declaração do Presidente foi feita através da sua pá- gina do Twitter porque as comemorações da vitória, agendadas para junto da sede do Governo e em presença de Chávez, acabaram por não acontecer.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de Hugo Chávez, conseguiu 95 dos 165 lugares do Parlamento, um resultado inferior à fasquia dos 110 deputados que o Presidente tinha colocado a si próprio e à sua força política.

Face a estes resultados, Aristóbulo Istúriz, chefe de campanha do PSUV, assumiu ao diário The Wall Street Journal que tinham como objectivo alcançar dois terços do Parlamento mas "não fomos capazes de o conseguir. Somos, porém, a maioria". Uma maioria que não permite, porém, ao líder da esquerda radical da Venezuela fazer passar sem problemas leis orgânicas, convocar uma Assembleia Constituinte, para além de nomear os responsáveis do Ministério Público, do Supremo Tribunal ou mesmo do Conselho Eleitoral que supervisiona as eleições. Agora, Chávez terá de negociar com a oposição que não conseguiu eliminar - o Presidente dera à campanha o nome de "Operação Demolição" porque, garantia, ia "demolir" os opositores.

Analistas sublinham, porém, que Hugo Chávez pode, por um lado, avançar com importantes alterações legislativas enquanto o novo Parlamento não toma posse (o que só irá acontecer a 5 de Janeiro). Por outro lado, pode - como já fez noutras ocasiões - governar por decreto.

O resultado das legislativas revela, de qualquer modo, que a sorte de Chávez terá entrado em declínio e que se as presidenciais tivessem sido em simultâneo com as legislativas ele teria perdido.

"Somos a maioria, temos 52% dos votos [a nível nacional]", afirmou Ramón Guillermo Aveledo, porta-voz da Mesa de Unidade Democrática (MUD), que agrupa a maioria da oposição.

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a MUD conta com 62 deputados enquanto o Partido Pátria para Todos (PPT), que representa a esquerda "desiludida" com a política de Chávez - que antes apoiava -, elegeu dois deputados. E existem seis lugares por apurar. Ainda segundo o CNE, foram às urnas 66% dos 17,7 milhões de eleitores, uma participação recorde em legislativas venezuelanas, dizem analistas.

"Um novo ciclo começa hoje", disse Carlos Ocariz. O presidente da Câmara de Petare é um dos políticos que voltou as costas a Hugo Chávez cuja sorte, considera, "entrou em declínio".

Entretanto, Fidel Castro considerou que os EUA querem o petróleo da Venezuela e que "os inimigos" do país de Chávez conseguiram os seus propósitos, mesmo com a "vitória" do PSUV nas legislativas, ao conseguir que a oposição entre no Parlamento.

fonte: DN

Trichet quer vigilância séria e contenção nos salários


Presidente do BCE quer que países da Zona Euro corrijam desequilíbrios orçamentais.

"A contenção salarial e o controlo da inflação são factores essenciais, pois sem eles perde-se competitividade", avisou o presidente do Banco Central Europeu (BCE). Jean-Claude Trichet - que falava ontem em Bruxelas na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu - considera que face à actual conjuntura, os estados sabem bem "as medidas que devem tomar", pois estas mensagens tem sido repetidamente feitas pelo BCE.

Questionado pelo eurodeputado do CDS-PP Diogo Feio sobre se daria alguma recomendação específica a Portugal face à actual situação da dívida e do défice no País, Jean-Claude Trichet não quis isolar o caso português, frisando que também Lisboa "deve levar em boa conta as mensagens do BCE", e deixou aos estados o apelo de "estarem o mais vigilantes possível quanto aos seus orçamentos e às políticas de competitividade que adoptam".

O eurodeputado português questionou igualmente Trichet sobre "até onde deve ir a avaliação da UE no domínio orçamental dos vários estados no âmbito o chamado semestre europeu, que vai arrancar em 2011 e que ocupou boa parte do diálogo que o presidente do BCE teve na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do PE. Na resposta, o presidente do BCE defendeu que a grande vantagem do semestre europeu "é poder abordar as dificuldades antecipadamente", adiantando que é necessário ter-se a consciência de que "todos sabem que são interdependentes".

Jean-Claude Trichet frisou que "em matéria de disciplina orçamental as regras são claras desde 2005, mas o certo é que não se viu os países aplicarem o PEC". Sobre o semestre europeu, o homem forte do BCE adianta ser natural ter- -se indicadores sobre as contas públicas de cada estado ou a situação da mão-de-obra, o que passa por um reforço a nível o controlo estatístico.

O presidente do BCE assumiu que na actual conjuntura é necessário um "novo equilíbrio entre Liberdade e Regulamentação". E deixou um alerta: "os cidadãos não perdoariam a repetição de uma situação como esta".

Trichet referiu que a UE está agora "a sair da recessão, mas não é caso para se cantar vitória, mas sim para se manter todas as cautelas". Realçou ainda a importância do mecanismo de estabilização de preços e disse estar certo de que "todos os governos acabarão por fazer o necessário para manter a confiança e a estabilidade". Trichet defendeu depois a adopção de um quadro de "incentivos e sanções" e lembrou a necessidade de se "corrigir os desequilíbrios macroeconómicos".

fonte: DN

Estado gasta cinco milhões sem concurso para a PSP


As autoridades estão a levar muito a sério as ameaças à Cimeira da NATO em Novembro e reforçaram o equipamento à PSP.

O Ministério da Administração Interna (MAI) autorizou um reforço extraordinário do orçamento da PSP, no valor de cerca de cinco milhões de euros, para a aquisição de vário equipamento e material de ordem pública que vai ser usado na segurança da Cimeira da NATO, a 19 e 20 de Novembro.

A PSP será a entidade que se responsabilizará pela segurança do local do encontro, o Parque das Nações, onde vão estar presentes os principais líderes mundiais, incluindo o presidente norte-americano Barak Obama.

A Direcção Nacional da PSP tinha elaborado uma lista do equipamento que entendia ser necessário para assegurar a operação, mas só na semana passada foi dada luz verde pelo MAI. Ao que o DN apurou a verba foi "sacada" ao Governo Civil de Lisboa e as compras vão ser feitas por ajuste directo. Segundo explicou uma fonte da PSP, nestes casos o código da contratação pública permite esta fórmula, pois trata-se de "material crítico, de segurança, isento de concurso público". Neste caso, outra fundamentação possível para o ajuste directo, a urgência, não seria aceite pelo Tribunal de Contas, uma vez que a data da realização da Cimeira é conhecida há mais de um ano. De qualquer forma, as contratações ainda carecem de ser verificadas pelo TC.

Os cinco milhões vão servir para comprar vário material de ordem pública, incluindo seis veículos antimotim, blindados, norte-americanos. Estas viaturas servem para transportar e distribuir as equipas de intervenção para as chamadas "zonas quentes" de alteração de ordem pública. Têm capacidade para seis pessoas totalmente equipadas. São antibomba, antifogo, antiminas e são as utilizadas pelos militares norte-americanos e ingleses no Iraque. "A PSP deve ser a única polícia urbana da Europa que não tem estes veículos, essenciais para proteger as equipas policiais que se querem colocar num qualquer incidente de ordem pública, como um motim, ou uma manifestação violenta", explicou ao DN um oficial da PSP que está envolvido neste processo.

Além destes blindados, está também a ser comprado material de segurança mais sensível (de informação e contra-informação, bloqueio de telemóveis, etc.) e de protecção policial, como escudos, viseiras, capacetes, gás-pimenta, gás lacrimogéneo, barreiras de protecção para vedar toda a zona do Parque das Nações, estruturas móveis para montar check points de controlo de acessos.

Em Agosto foi aprovada uma resolução em Conselho de Ministros com orientações para a segurança da Cimeira (ver relacionado) de ordem legislativa e operacional. Nesse mesmo dia foi também aprovada uma resolução relativa à Estratégia Nacional Contraterrorista, outro documento importante para a organização da segurança do evento.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, centraliza a coordenação e a direcção das operações entre as forças e serviços de segurança. Será ainda Mário Mendes a fazer a articulação com o Conselho Superior de Magistratura, no que diz respeito ao regime jurídico especial que estará em vigor na altura da Cimeira, e com o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. O secretário-geral já tem definidas as formas de colaboração entre os militares e as polícias, cuja finalidade é garantir segurança máxima ao evento.

fonte: DN

Governo tem de congelar salários e aumentar impostos


O secretário-geral da OCDE veio a Lisboa defender que o controlo das contas públicas passa pela subida do IVA e do IMI.

A receita para reduzir o défice e consolidar as contas públicas portuguesas passa inevitavelmente pelo aumento dos impostos, pelo corte nas deduções e benefícios fiscais e pelo congelamento de salários. A sentença foi proferida pelo secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurría, que ontem esteve em Lisboa para a apresentação do Economic Survey - Portugal 2010.

No relatório deste ano sobre o desenvolvimento do País, entregue em mão pelo mexicano que lidera a OCDE ao ministro das Finanças, a organização avança uma lista de medidas de austeridade a aplicar em Portugal. Segundo Gurría, estas recomendações (ver texto em baixo) "são a chave para a rápida recuperação das finanças públicas" portuguesas.

Considerando "injusta" a pressão dos mercados internacionais sobre Portugal, com a galopante subida dos juros cobrados pelos títulos da dívida portuguesa, o secretário-geral da OCDE explicou que, embora as medidas até aqui apresentadas pelo Executivo tenham sido "as mais apropriadas", é preciso "ir um pouco mais longe face ao actual contexto de crise".

"O Governo deve estar preparado para aumentar os impostos, nomeadamente o IVA e o IMI, porque são os que menos distorcem o crescimento do País", alertou Angel Gurría, que falou ainda da importância de congelar os salários da função pública, da necessidade de aplicação de novas regras na atribuição de subsídios de desemprego e da introdução de mais medidas para aumentar a flexibilidade laboral.

Apesar das recomendações apresentadas, Gurría fez questão de enaltecer "o esforço corajoso e adequado" das medidas de austeridade já aplicadas pelo Governo, sublinhando a sua convicção de que "Portugal vai ultrapassar esta situação" e mostrando-se confiante de que haverá um consenso político em relação ao orçamento para 2011. "É muito importante que haja um consenso e acredito que [Governo e PSD] serão capazes de vencer as divergências. Já aconteceu no passado, quando foi apresentado o pacote de austeridade [PEC2] e acredito que vá acontecer outra vez", adiantou.

Aproveitando as recomendações do relatório da OCDE, Teixeira dos Santos - que na semana passada defendeu no Parlamento a necessidade de aumentar as receitas do Estado em 2011 - assegurou que o Governo fará "o que for necessário" para reduzir o défice e garantir a consolidação das contas públicas. "Vivemos uma situação particularmente difícil, que exige, de todos nós, o nosso melhor", assinalou na sua intervenção, frisando que "os problemas que temos pela frente e os desafios que temos de vencer exigem determinação na acção".

O ministro das Finanças reafirmou que o reequilíbrio das contas públicas "é uma prioridade imediata do Governo", recordando a necessidade de "repor o ambiente de confiança dos investidores e assegurar as condições de financiamento da economia portuguesa". "Quero deixar a garantia de que as reformas estruturais prosseguirão e merecem do Governo um firme empenho", concluiu.

fonte: DN

domingo, 26 de setembro de 2010

Há 208 mil desempregados que não recebem subsídio


Um terço das pessoas sem trabalho não tem apoios, mais 6,3% que em Julho.

O número de desempregados que não recebem subsídio não pára de aumentar. Em Agosto, eram já 208 mil, mais 12 mil (6,3%) que no mês anterior. Ou seja, mais de um terço (38%) dos desempregados não tem direito a qualquer apoio.

A explicação está no agravamento do desemprego de longa duração (muitos desempregados perdem o direito à prestação antes de conseguirem um trabalho), na crescente precariedade do emprego e também nas regras mais apertadas na atribuição de prestações sociais impostas pelo Governo, obrigado a cortar despesa para cumprir a meta do défice.

No mês passado, a Segurança Social apenas deferiu 11 903 requerimentos de subsídio de desemprego, menos 500 que no mês anterior, e o valor mais baixo desde Agosto de 2008. No mesmo mês, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registava mais 50 mil desempregados, num total de 549 654.

A ministra do Trabalho reconhece que o desemprego "não vai inverter-se nos tempos mais próximos". Mas Helena André defende que "o principal problema social" do País não se combate com "o aumento dos subsídios ou o seu prolongamento". Num quadro de contenção orçamental, "ultrapassar esta crise implica responsabilidade e rigor", concluiu a ministra, esta semana, no Parlamento.

Ao todo, em Agosto, quando começaram a funcionar as novas regras para as prestações sociais, o número de beneficiários do subsídio de desemprego recuou para 340 902, quase menos 11 mil (-3%) que no mês anterior.

A maior fatia das prestações vai para a Região Norte, com mais de 126 mil beneficiários, contra 104 mil em Lisboa e Vale do Tejo. Só no Porto há 77 440 pessoas que vivem do subsídio de desemprego, enquanto em Lisboa há 64 552. Braga é a terceira cidade com maior número de beneficiários - 35 576.

Em média, cada beneficiário recebeu, no último mês, 472,91 euros, um pouco mais que os 462,57 processados pela Segurança Social em Agosto de 2009.

Um dado curioso: enquanto nas mulheres a atribuição do subsídio de desemprego se divide quase equitativamente pelos vários escalões etários entre os 30 e os 59 anos, nos homens a maior fatia da atribuição desta prestação centra-se na faixa dos 50 aos 59 anos.

fonte: DN

SCUT: Protesto nacional contra portagens no dia 8 de Outubro


O protesto nacional de 8 de Outubro irá assumir diversas formas e horários consoante as determinações de cada comissão

As comissões de utentes contra as portagens nas SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) decidiram hoje agendar para 8 de Outubro uma jornada nacional de protesto contra a introdução do pagamento.

“Os utentes têm mais uma vez uma palavra a dizer no desfecho da questão”, afirmou à Lusa o porta-voz das comissões de utentes das SCUT do norte, José Rui Ferreira, no final da primeira reunião nacional entre as comissões da A28, A29, A41/42, A23, A24 e A25, realizada esta tarde em Matosinhos.

O protesto nacional de 8 de Outubro irá “assumir diversas formas e horários” consoante as determinações de cada comissão, prevendo José Rui Ferreira a existência de “buzinões e marchas lentas”.

As comissões “manifestaram total oposição à introdução de portagens nas SCUT” e defenderam que “não é estendendo (o pagamento) a todas que se resolve o problema”, frisou o porta-voz, lembrando as “razões contra” aquela taxa, “como a não existência de alternativa” e o desenvolvimento socioeconómico de cada região.

Para José Rui Ferreira, a tentativa de atribuir às SCUT a justificação da crise “é propaganda enganosa” já que, e “segundo um estudo de Marvão Pereira e Jaime Andrés”, as SCUT “são financeiramente auto-sustentáveis”.

“Não são as SCUT que têm responsabilidade na crise económica”, defendeu.

Durante a reunião desta tarde foi ainda “valorizado o papel que as comissões de utentes têm tido no sentido de adiar sucessivamente a introdução de portagens”.

O porta-voz lembrou mesmo que a decisão do Governo em introduzir as portagens a 15 de Outubro nas SCUT do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata ainda “não é um facto consumado”.

Valdemar Madureira, da comissão de utentes de Matosinhos, defendeu mesmo que “mais do que nunca se justifica lutar”.

“A decisão do governo, alicerçada numa resolução datada de 9 de Setembro e que foi publicada esta semana, baseia-se em argumentos falsos, que não correspondem à realidade e que não respeitam os próprios critérios do governo”, justificou.

O Governo decidiu dia 9 que a cobrança de portagens nas auto-estradas SCUT nortenhas (Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata) se fará a partir de 15 de Outubro e nas restantes até 15 de Abril.

fonte: Público

sábado, 25 de setembro de 2010

Utentes das SCUTS organizam protestos em todo o país


A calendarização de protestos diversificados mas simultâneos em todo o país, deverá marcar hoje, na Senhora da Hora, Matosinhos, a primeira reunião nacional de comissões contra as portagens nas SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador), prevê a organização.

"Existem condições para promover um conjunto de iniciativas em diversos locais mas num determinado dia, como forma de se obter um muito maior impacto na opinião pública e junto dos poderes políticos", disse à agência Lusa o porta voz das comissões de utentes das SCUT do norte, José Rui Ferreira.

O responsável acrescentou que o objectivo é realizar iniciativas "ainda antes de 15 de Outubro", a data anunciada pelo Governo para a introdução das primeiras portagens em SCUT.

Referindo-se ao caso concreto do norte, José Rui Ferreira admitiu que a nova vaga de protestos se traduza em mais buzinões e marchas lentas.

Com a realização do encontro da Senhora da Hora pretende-se igualmente fazer um levantamento do impacto que a introdução destas medidas teria a nível nacional, adiantou o porta-voz dos movimentos nortenhos.

O Governo decidiu dia 9 que a cobrança de portagens nas autoestradas SCUT nortenhas (Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata) se fará a partir de 15 de Outubro e nas restantes até 15 de abril.

É um anúncio que José Rui Ferreira se recusa a encarar como um facto consumado, por entender que os utentes "podem ainda ter uma palavra a dizer no desfecho desta questão".

Questionado sobre a oportunidade do protesto numa altura em que a empresa Estradas de Portugal e o próprio país enfrentam dificuldades acrescidas, o porta-voz disse que "não vale tudo" para atenuar esse quadro financeiro.

Contrapôs que "há muita gente que se interroga por que há sectores que continuam a ter lucros muito grandes e continuam a pagar impostos insignificantes".

A segunda linha da argumentação das comissões de utentes é a de que "não há nada que justifique a introdução de portagens", já que, "além de agravar os orçamentos familiares, vai afectar no desenvolvimento das regiões".

fonte: JN

Ministro suíço tem ataque de riso no parlamento

Num debate no parlamento suíço, esta quarta-feira, o ministro das Finanças Hans-Rudolf Merz teve um ataque de riso que já é notícia em todo o mundo. Veja o vídeo.

Não se sabe o que terá explicado as gargalhadas de Merz, que quando se soltaram de forma incontrolável, interromperam uma intervenção sobre importação de carnes curadas.



O ministro tentou várias vezes continuar o discurso, mas por outras tantas vezes não conseguiu conter o riso, gerando a gargalhada geral em toda a sala.

Como é usual, o vídeo com o momento insólito espalhou-se através da Internet de forma viral e já tem mais de 600,000 visitas.

fonte: JN

Passos diz que cabe ao Governo encontrar alternativa


O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o seu partido não quer regatear o Orçamento do Estado para 2011 e que cabe ao Governo "encontrar uma alternativa se entende que as condições do PSD não são justas".

"O PSD não está a querer fazer uma zaragata nem um regateio do Orçamento. Se o Governo entende que essas condições do PSD não são justas, então que diga qual é a alternativa em termos de método e de apoio político e talvez consiga", disse Passos Coelho após ter visitado um empreendimento turístico nas Furnas, na ilha de S. Miguel, nos Açores.

O líder social democrata defendeu que, "se as condições que o PSD colocou não são negociáveis, então o Governo que procure uma alternativa com outros partidos, nomeadamente com o Bloco de Esquerda, com quem já se entendem à volta de um candidato a presidente da República, para viabilizar o Orçamento".

Lembrou que o PSD já tinha dito "com muita antecedência" ao Governo "com o que podia contar".

Passos Coelho considerou ainda que o Governo deveria ter dito até 9 de Setembro que não concordava com as medidas propostas pelo PSD.

"Se não disse nada, sabendo agora que não pode haver eleições, como pode o Governo ameaçar com a demissão do primeiro ministro?", questionou.

Passos Coelho garantiu que "não se trada de um problema com o PSD mas sim com os portugueses, que não podem ser penalizados com mais impostos".

fonte: DN

Médicos contestam que doentes escolham remédios


 Secretário de Estado da Saúde faz anúncio de manhã, Ministério esclarece à tarde. Ordem dos clínicos alerta para riscos

O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, anunciou que a partir de Março do próximo ano os doentes vão poder escolher a marca do medicamento que comprarem desde que a substância seja a mesma que o médico receitou. O bastonário dos médicos alerta para os riscos para a saúde dos doentes desta medida polémica. Mais tarde, questionado pelo DN, o Ministério acabou por dizer que as mudanças serão feitas no consultório e não na farmácia.

Segundo Óscar Gaspar, "a ideia é atribuir ao cidadão a capacidade de escolher os medicamentos mais baratos dentro da terapêutica que o médico prescreveu".

O responsável garante que não será posta em causa a decisão do médico e que haverá a possibilidade de os clínicos "trancarem em absoluto" o medicamento de marca na receita. Se for essa a decisão, então o clínico terá de a justificar. E o doente terá de pagar mais. "Não ficará com a comparticipação de acordo com aquele medicamento específico. Ficará com a comparticipação de acordo com o preço de referência dos medicamentos daquele grupo terapêutico", esclareceu o secretário de Estado da Saúde.

Alterações logo contestadas pelos clínicos. "Nego peremptoriamente que a Ordem dos Médicos alguma vez tenha colaborado com o Ministério da Saúde para a elaboração de uma medida que permita aos doentes mudar o que está numa receita", disse ao DN o bastonário Pedro Nunes, em resposta às declarações da tutela de que as duas entidades trabalhariam em conjunto para a elaboração de uma listagem dos medicamentos que podem ser escolhidos pelo doente.

As razões são simples: "A Ordem não poderá colaborar com a transferência de responsabilidade para o doente. O médico deixa de ter a noção do que este está a tomar, porque não sabe qual a marca do medicamento que levou para casa". E se houver algum problema com um lote de um remédio, o clínico não pode avisar o doente por desconhecer o medicamento que acabou por comprar, ressalva Pedro Nunes.

A lista de perigos não termina por aí. "Muitos doentes não sabem ler e mesmo os que sabem têm dificuldades em dizer os nomes complicados. A forma de identificarem o medicamento é pela cor e pelo formato", afirmou, salientando que "são estes sistemas que levam às vendas por internet e contrafacção".

Em causa está também a segurança. "Se alguma coisa acontecer, ninguém pode responsabilizado porque o doente aceitou a mudança", salientou, defendendo que o médico estará sempre disponível para "encontrar com o doente a melhor solução para ele, mas dentro do consultório".

Horas mais tarde o Ministério da Saúde, questionado pelo DN, rectificou as palavras ditas por Óscar Gaspar.

"Quando o secretário de Estado da Saúde fala em escolha é em conjunto com o médico, em diálogo com o médico ainda no consultório. Em linha total com a campanha do medicamento que lançámos", esclareceu a assessoria do gabinete de Ana Jorge, sem explicar a razão por que seria necessário "trancar" a receita para evitar mudanças.

fonte: DN

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian
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