segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Autor inglês diz que Casa Pia foi "caça às bruxas"


O "pânico moral" de uma rede pedófila que não foi provada e condenações decididas por "medo" são os ingredientes da "caça às bruxas" que o escritor Richard Webster associa ao processo Casa Pia num livro a editar em 2011.

Autor de outros livros sobre casos de abuso sexual no Reino Unido, Richard Webster seguiu nos últimos sete anos o processo Casa Pia e não hesita em afirmar que se tratou de uma "caça às bruxas" em que a objectividade de jornalistas foi substituída por "credulidade" e em que os juízes decidiram por "medo".

Respondendo a perguntas da Lusa, Richard Webster afirmou que, no caso da Casa Pia, foi dado crédito à existência de uma alegada "rede de pedófilos" a servir-se de alunos da instituição, uma alegação "perigosa" que se constatou em casos verificados na Grã-Bretanha e que "até as autoridades mais zelosas concluíram tratar-se apenas de fantasia".

Para Richard Webster, que reclama para si a "perspectiva distanciada" que não o deixa "confundir a árvore com a floresta", aquilo que se viu "no processo Casa Pia nos últimos sete anos foi mais do que um caso de 'pânico moral', foi uma caça às bruxas moderna".

"Os juízes não estão imunes a caças às bruxas. Aliás, historicamente, sempre estiveram entre os seus principais agentes", reforçou, afirmando que perceber como acontecem estas "caças às bruxas" é o principal propósito do livro "Casa Pia: A construção de uma caça às bruxas moderna".

fonte: DN

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