terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

“Plagiar” o curso

 

Quem é que nunca usou as famosas cábulas ou copiou do colega de carteira? Todos, ou quase todos! E sempre se ouviram histórias de estudantes que completaram o seu curso à base de cábulas, mas será esta uma boa solução? Com certeza, que não! Só que com o facilitismo que se vive, atualmente, no ensino em Portugal, não será fácil mudar mentalidades. Digo isto por uma razão muito simples, pois, como estou a fazer uma licenciatura pós-laboral, observo muitos adultos, pais de família, a cabular. Mas se os professores dos seus filhos os chamassem à escola por esse mesmo motivo, estes sentiriam vergonha ao saber que os seus “rebentos” estavam a utilizar esses métodos para conseguir passar de ano.

Enfim, a realidade é que esta é uma prática muito corrente no meio universitário, sendo uma fraude, não só para a escola e para o professor, mas, sobretudo, para com o próprio estudante, que se anda a enganar a si mesmo. Entretanto, foi feito um estudo que mostrou que 70% dos estudantes já copiou num exame, mas que apenas 2,4% foi apanhado. Das duas uma, ou os professores estão muito “distraídos”, ou as estratégias dos estudantes estão cada vez mais apuradas. Penso que as duas ideias estarão certas! A primeira devido ao sistema de avaliação, que se reflete no número de aprovações; já no segundo caso também não deixa de ser verdade, porque os alunos usam técnicas cada vez mais engenhosas.

Que futuro?

Os maiores problemas são ainda os trabalhos plagiados, comprados ou, pura e simplesmente, copiados, sendo as suas fontes omitidas deliberadamente, para que os textos sejam considerados da própria autoria. Tendo o caso mais mediático sobre plágio sido o de uma professora do Instituto Politécnico do Porto que plagiou a sua tese de doutoramento, na Universidade do Minho, de um autor brasileiro. Então, a pergunta que aqui se impõe é a seguinte: como pode esta docente ter algum grau de exigência para com seus estudantes? Não pode, o que cria uma bola de neve de facilitismos.

Enfim, no ensino encontra-se de tudo um pouco, desde a cópia de livros muito antigos à de sites da Internet, na íntegra, a trabalhos que são apenas reciclados, mantendo a “velha” máxima de que nada se perde e tudo se transforma. Ou seja, 45,6% dos estudantes já entregaram o mesmo trabalho em várias disciplinas, fazendo apenas alguma alterações para este se adequar à cadeira em questão.


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