domingo, 17 de julho de 2011

O último dos Habsburgo foi a enterrar: corpo na Áustria, coração na Hungria


Os funerais juntaram numerosos representantes da nobreza europeia

Milhares de austríacos e de turistas juntaram-se hoje no centro histórico de Viena para participar nas cerimónias fúnebres de Otto von Habsburgo, herdeiro do último imperador da Áustria-Hungria.

O corpo do filho do imperador Carlos I, que morreu no dia 4 de Julho aos 98 anos, foi enterrado na cripta imperia de Vienal, onde se encontram sepultados a maioria dos membros da família Habsburgo, com toda a pompa e circunstância associada ao antigo império. A sua mulher, a alemã Regina de Saxe-Meiningen que morreu o ano passado, também foi enterrada ao seu lado.

Seguindo a tradição dos Habsburgo, o coração de Otto foi levado para a Hungria, onde será enterrado hoje numa abadia nos arredores de Budapeste

Os funerais juntaram numerosos representantes da nobreza europeia, ligada de alguma forma aos Habsburgo, incluindo o rei Carl XVI Gustaf da Suécia e a rainha Silvia, o grande duque Henri do Luxemburgo, o príncipe Adam II do Liechtenstein e os dois ex-monarcas da Bulgária Siméon II e da Roménia Michel I. Líderes políticos da Geórgia, da Croácia e da Macedónia também estiveram presentes.

Otto von Habesburgo nasceu em 1912, seis anos antes do colapso do império da Áustria-Hungria no final da Primeira Guerra Mundial. Passou muitas décadas no exílio depois da sua família ter fugido da Áustria em 1919. Só em 1961 é que abdicou da pretensão de recuperar a liderança do império e cinco anos depois foi autorizado a regressar ao seu país.

Foi um forte crítico dos nazis e da anexação da Áustria pela Alemanha em 1938. A BBC recorda que Otto foi um dos organizadores do Pic-nic Pan-europeu, um protesto na fronteira da Áustria com a Hungria realizado em 1989, meses antes da queda do Muro de Berlim.

Foi eurodeputado pelo seu país durante duas décadas, tendo sido um defensor fervoroso da integração na UE dos países do leste europeu que se livraram da liderança comunista de Moscovo. O presidente da comissão europeia, Durão Barroso, prestou ontem homenagem a “um grande Europeu”.

fonte: Público

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