quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Jovem libertado exige um milhão ao Estado e PJ


 Esteve detido um ano e meio como suspeito de assalto ao Museu do Ouro mas acabou ilibado. Agora reclama indemnização

Nelson Aguiar tem hoje 24 anos, mas passou ano e meio numa prisão de alta segurança suspeito de ser um dos assaltantes ao Museu do Ouro Tradicional de Viana do Castelo. Durante a instrução acabaria por ser ilibado de todas as acusações, mas agora volta aos tribunais, mas para se queixar: Exige ao Estado e a quatro inspectores da Polícia Judiciária (PJ) uma indemnização de um milhão de euros.

A revelação foi feita ao DN pelo advogado, Miguel Brochado Teixeira, na véspera do arranque do julgamento do caso do violento assalto às duas ourivesarias de Viana em 2007. "Tenho perfeita consciência do que é pedir um milhão de euros, porque também sei o que é colocar um jovem de 21 anos durante ano e meio numa prisão de alta segurança. Apenas para os inspectores da PJ demonstrarem serviço ao senhor ministro da Administração Interna", acusou ontem o advogado, garantindo que esta acção "já está a correr".

Em causa, a decisão do juiz de instrução, em Abril deste ano, de não levar a julgamento Nelson Aguiar, à data dos factos com 21 anos, entre outros argumentos devido a chamadas feitas do seu telemóvel na data do assalto, 6 de Setembro de 2007, a vários quilómetros da cidade de Viana.

"Primeiro, para os investigadores, estava no sítio do assalto, depois já o colocavam a quilómetros a guardar carros. Foi preciso vir um senhor juiz para o retirar desta confusão. O problema é que já tinha estado um ano e meio preso numa ala de segurança da cadeia de Paços de Ferreira sob condições humanas tremendas", assinala ainda o advogado.

"Estes elementos já existiam no processo muito antes de ser deduzida a acusação. Foi necessário o arguido invocá-los insistentemente", sustentou ainda Miguel Teixeira, aludindo à "pressa" da investigação da PJ. Nelson aguardava o desfecho do processo de instrução em liberdade e era um dos seis arguidos, dos quais apenas um estava em prisão preventiva - os restantes foram libertados devido a um erro processual em Dezembro de 2008. No caso de Nelson, após ano e meio de prisão. "Esta decisão só demonstra que a investigação foi ajeitada, à pressa."

fonte: DN

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