terça-feira, 28 de setembro de 2010

Trichet quer vigilância séria e contenção nos salários


Presidente do BCE quer que países da Zona Euro corrijam desequilíbrios orçamentais.

"A contenção salarial e o controlo da inflação são factores essenciais, pois sem eles perde-se competitividade", avisou o presidente do Banco Central Europeu (BCE). Jean-Claude Trichet - que falava ontem em Bruxelas na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu - considera que face à actual conjuntura, os estados sabem bem "as medidas que devem tomar", pois estas mensagens tem sido repetidamente feitas pelo BCE.

Questionado pelo eurodeputado do CDS-PP Diogo Feio sobre se daria alguma recomendação específica a Portugal face à actual situação da dívida e do défice no País, Jean-Claude Trichet não quis isolar o caso português, frisando que também Lisboa "deve levar em boa conta as mensagens do BCE", e deixou aos estados o apelo de "estarem o mais vigilantes possível quanto aos seus orçamentos e às políticas de competitividade que adoptam".

O eurodeputado português questionou igualmente Trichet sobre "até onde deve ir a avaliação da UE no domínio orçamental dos vários estados no âmbito o chamado semestre europeu, que vai arrancar em 2011 e que ocupou boa parte do diálogo que o presidente do BCE teve na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do PE. Na resposta, o presidente do BCE defendeu que a grande vantagem do semestre europeu "é poder abordar as dificuldades antecipadamente", adiantando que é necessário ter-se a consciência de que "todos sabem que são interdependentes".

Jean-Claude Trichet frisou que "em matéria de disciplina orçamental as regras são claras desde 2005, mas o certo é que não se viu os países aplicarem o PEC". Sobre o semestre europeu, o homem forte do BCE adianta ser natural ter- -se indicadores sobre as contas públicas de cada estado ou a situação da mão-de-obra, o que passa por um reforço a nível o controlo estatístico.

O presidente do BCE assumiu que na actual conjuntura é necessário um "novo equilíbrio entre Liberdade e Regulamentação". E deixou um alerta: "os cidadãos não perdoariam a repetição de uma situação como esta".

Trichet referiu que a UE está agora "a sair da recessão, mas não é caso para se cantar vitória, mas sim para se manter todas as cautelas". Realçou ainda a importância do mecanismo de estabilização de preços e disse estar certo de que "todos os governos acabarão por fazer o necessário para manter a confiança e a estabilidade". Trichet defendeu depois a adopção de um quadro de "incentivos e sanções" e lembrou a necessidade de se "corrigir os desequilíbrios macroeconómicos".

fonte: DN

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