terça-feira, 14 de setembro de 2010

Proibido anúncio pró-eutanásia


Autoridade reguladora da publicidade australiana suspendeu emissão de anúncio de TV que apela à morte assistida

"Escolhi casar com a Tina, tenho dois filhos fantásticos. Escolhi guiar sempre um Ford. O que não escolhi foi ser um doente em fase terminal. Não escolhi morrer à fome porque comer é como engolir lâminas." Esta é a mensagem de um anúncio televisivo pró-eutanásia que no domingo foi banido na Austrália. Nas imagens, um actor interpreta o papel de um doente em fase terminal que, sentado na cama, reflecte sobre as escolhas que fez ao longo da vida.

O grupo Exit International, responsável pela criação do anúncio, defende que a medida tomada pelo Governo de Camberra é uma violação dos direitos humanos e diz que vai, brevemente, tentar pôr no ar uma outra versão do anúncio .

"Numa sociedade democrática, é muito importante podermos defender abertamente a reforma da lei", afirmou o fundador doaquele lóbi pró-eutanásia, Philip Nitschke, em declarações ao The Australian. Por sua vez, o organismo australiano regulador da publicidade, o Free TV Australia, justifica o cancelamento da transmissão do anúncio dizendo que este promove o suicídio.

De acordo com Nitschke, médico e humanista, o actor escolhido para protagonizar o anúncio não está doente. Caso contrário, a iniciativa do Exit International poderiaser interpretada como exploração do sofrimento alheio.

Na Austrália, onde a eutanásia é ilegal, houve em 1996 uma tentativa de alterar a legislação no Território do Norte, um dos territórios federais da Austrália. Oito meses depois, Camberra anulou a lei.
O anúncio lança, usando a voz da personagem, um apelo directo ao Executivo da Austrália: "Eu fiz a minha escolha final. Só preciso que o Governo oiça."

fonte: DN

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Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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