sábado, 25 de setembro de 2010

Mulher executada nos Estados Unidos


A justiça considerou que ela foi a instigadora, “a cabeça da serpente”

Tinha 41 anos e um QI de 72 – 70 é o limite da deficiência mental. Foi executada na Virgínia quando passavam poucos minutos das duas da manhã em Lisboa. Os jornalistas que assistiram à injecção letal descreveram que Teresa Lewis parecia “nervosa” e “assustada”.

Transformada num dos símbolos da luta dos abolicionistas – se o seu QI fosse de 70, o Supremo Tribunal interditaria a sua execução –, Lewis foi a décima segunda mulher morta nos Estados Unidos desde o restabelecimento da pena capital, em 1975, a primeira em cinco anos e a primeira no estado da Virgínia desde 1912.

Lewis foi a única condenada à morte de um crime cometido a três e no qual ela não participou fisicamente. Os seus dois cúmplices, que conhecera no supermercado, entraram na caravana cuja porta ela deixara aberta e mataram a tiro o seu marido e o filho deste, um antigo combatente de 25 anos. O objectivo era receberem os seguros de vida dos dois homens.

Os três declaram-se culpados, mas a justiça considerou que Lewis foi a instigadora, “a cabeça da serpente”. Os dois homens, um dos quais amante de Lewis, foram condenados a prisão perpétua. Pouco tempo depois das condenações, o seu amante admitiu numa carta tê-la manipulado. Ela era “exactamente o que eu procurava, uma porca que se tinha casado por dinheiro e a quem eu podia fazer a cabeça facilmente”, escreveu o homem antes de se suicidar na prisão.

A condenação de Teresa Lewis provocou uma intensa mobilização na qual participaram grupos ligados à saúde mental e representantes da União Europeia. Para além do seu baixo coeficiente de inteligência, dizem os defensores de que lhe fosse poupada a vida, Lewis sofria de uma perturbação da personalidade que a tornava dependente.

O Supremo Tribunal recusou terça-feira o último recurso dos seus advogados para que a sentença fosse comutada, depois de o governador da Virgínia, Robert McDonnell, ter recusado o pedido de clemência.

fonte: Público

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