General Petraeus alertou que esta campanha pode pôr em perigo a vida dos militares americanos no Afeganistão.
O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, e o comandante das tropas internacionais no Afeganistão, David Petraeus, alertaram ontem para os perigos do projecto de uma igreja baptista americana de queimar em público o Alcorão. O grupo fundamentalista cristão Dove World Outreach Center, liderado pelo pastor Terry Jones, pretende queimar a 11 de Setembro, no aniversário dos atentados de Nova Iorque e Washington, um exemplar do livro sagrado dos muçulmanos.
O general Petraeus criticou ontem a iniciativa, dizendo que ela poderá colocar em perigo a vida de soldados americanos. "Estou muito inquieto com as repercussões possíveis da hipótese de queimarem um Alcorão", explicou o general, em comunicado. "É precisamente o género de acções que os talibãs usam e que poderá colocar problemas significativos."
O simples rumor da intenção de uma queima já provocou agitação em Cabul. Ontem, centenas de pessoas protestaram na capital afegã e chegaram a apedrejar veículos militares. Os manifestantes gritavam "morte à América" e alguns deles, citados pelas agências, diziam que a decisão de queimar o Alcorão partira dos EUA e "do Presidente americano".
A ideia de queimar o livro sagrado dos muçulmanos foi criticada por grupos islâmicos americanos e já motivou uma posição do porta-voz do ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual o auto-da-fé provocaria "sentimentos incontroláveis" em todo o Islão. "Aconselhamos os países ocidentais a impedirem a exploração da sua liberdade de expressão para insultar os livros santos", disse o mesmo porta-voz.
A notícia está entretanto a crescer nos países islâmicos. Na Indonésia, grupos radicais muçulmanos ameaçam lançar uma "guerra santa" se a iniciativa for concretizada. A minoria cristã local teme um surto de violência e um grupo de igrejas cristãs protestantes na Indonésia lançou um apelo a Barack Obama para que impeça a acção do pastor Terry Jones.
Mas Jones não parece ter a intenção de recuar. "O Islão e a Charia [lei islâmica] são responsáveis pelo 11 de Setembro", disse o pastor da Flórida. "É o momento dos cristãos, das igrejas e dos responsáveis políticos de dizerem 'Não', o islão e a Charia não são benvindos nos Estados Unidos." Terry Jones acusa ainda o Islão de ser "uma religião diabólica". O pastor tenciona queimar o Alcorão à porta da sua igreja, em Gainsville , a 500 quilómetros de Miami.
fonte: DN
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