quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Face Oculta faz mais três arguidos, todos ligados à REN


Manuel Godinho, preso preventivamente, é o principal suspeito da investigação

Há mais três arguidos no caso Face Oculta. A decisão é do Ministério Público da Comarca do Baixo Vouga e os três novos arguidos estão ligados à Rede Eléctrica Nacional (REN), uma das empresas que mantinha negócios com o empresário Manuel Godinho, preso preventivamente e principal suspeito da investigação. A notícia é avançada hoje pela revista Sábado

Estes três novos arguidos vêm juntar-se a José Penedos, antigo presidente da REN, que se encontra suspendo da empresa pelo Tribunal de Aveiro. Da lista de suspeitos no caso Face Oculta fazem agora parte três responsáveis com ligações à empresa: Vítor Baptista, que em Abril passado deixou o cargo de administrador executivo da REN; Fernando Santos, único administrador da REN Trading (uma sociedade anónima criada em 2007 destinada ao mercado espanhol); e Juan Oliveira, um engenheiro do Departamento de Equipamento de Apoio Técnico da empresa.

Segundo a Sábado, este engenheiro foi denunciado em Novembro por Andrade Lopes, funcionário da REN de Sacavém, apanhado em escutas telefónicas com Namércio Cunha, arguido por um crime de associação criminosa e dois crimes de corrupção activa para acto ilícito. Namércio Cunha era o braço direito de Manuel Godinho.

Interrogado pelo Ministério Público, Andrade Lopes disse nunca ter tido contacto com José Penedos ou com o seu filho, Paulo Penedos, outro arguido no caso, e garantiu que não sabia da relação familiar entre os dois, facto que pode ser relevante para a defesa de Penedos, constituído arguido por corrupção passiva. Penedos foi suspenso pelo Tribunal de Aveiro por suspeitas em dois negócios que envolveram a REN e o empresário Manuel Godinho: a gestão de resíduos da Tapada do Outeiro (Porto) e a renovação de um contrato de gestão de resíduos.

A revista Sábado adianta ainda que o subdirector do semanário Sol, Victor Raínho, constituído assistente no processo, defendeu em Março a manutenção da prisão preventiva do empresário de sucatas Manuel Godinho que tinha interposto recurso no Tribunal da Relação do Porto. A decisão de intervir directamente no inquérito é inédita entre os casos de jornalistas que já se constituíram assistentes para poderem aceder ao conteúdo de processos-crime.

O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas. No âmbito deste processo, foram constituídos mais de 20 arguidos, incluindo Armando Vara, ex-ministro socialista e vice-presidente do BCP, que suspendeu as funções, José Penedos, presidente da REN, suspenso de funções pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA. Esta é a empresa que está no centro da investigação e o seu proprietário.

fonte: Público

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