quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ministério desmente dívida dos hospitais de 929 milhões


A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) estima que o valor da dívida dos hospitais aos laboratórios tenha subido para 929 milhões de euros no último mês, mas o Ministério da Saúde, em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, “não confirma os valores referidos” agora pela Apifarma.

O ministério de Ana Jorge reafirma, ainda assim, o seu “empenho em reduzir o volume da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica, bem como em manter a redução dos prazos médios de pagamentos que se tem paulatinamente registado”. Uma informação que vai no sentido contrário à que tem sido transmitida pelos laboratórios, que estimam que em Julho o valor em dívida tenha crescido a um ritmo de dois milhões de euros por dia. Segundo o relatório mensal da Apifarma, o dinheiro por pagar disparou 70 por cento desde Agosto do ano passado, passando de 555 milhões de euros para 929. Além disso, o prazo médio de pagamento terá subido para os 349 dias.

O Ministério da Saúde sublinha que “continua a garantir uma política que, sem esquecer os constrangimentos financeiros existentes, procura salvaguardar o consenso e o diálogo com os seus principais parceiros”. Em Julho, a Apifarma ameaçou avançar para um processo de cobrança de juros sobre o valor em atraso, o que elevaria a factura em cerca de 50 milhões de euros. Mas o PÚBLICO apurou que a tutela e a representante dos laboratórios têm mantido encontros para encontrar uma alternativa.

As reacções do Ministério da Saúde têm sido sempre no sentido de desvalorizar a situação e de garantir que o problema está a ser resolvido. No final de Junho, o secretário de Estado adjunto e da Saúde desvalorizou os valores avançados pelos laboratórios, defendendo que “as contas se fazem no final do ano”. Manuel Pizarro assegurou que o prazo médio de pagamento “está abaixo dos 120 dias”. No mês passado, em entrevista ao PÚBLICO, também o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, assumiu a “preocupação” e o “trabalho” que é preciso fazer nesta área mas afirmou que o “aperto de tesouraria” foi “ultrapassado” no primeiro semestre.

Por seu lado, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, apesar de ter considerado que as dívidas dos hospitais “não são aceitáveis”, lembrou esta semana que no final do ano é que se poderá ter uma noção real do valor, dando como exemplo os descontos feitos em Dezembro em função das quantidades consumidas pelas unidades de saúde – o que pode reduzir bastante a factura.

fonte: Público

Sem comentários:

Enviar um comentário

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian
Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian