quinta-feira, 22 de julho de 2010

"A ganância dos laboratórios pode matar"


Activistas dizem que UE aprisiona genéricos anti-sida destinados aos países pobres.

A União Europeia foi ontem acusada de proteger os interesses dos seus laboratórios farmacêuticos, em detrimento da saúde dos doentes que sofrem de VIH/sida nos países em desenvolvimento.

Várias dezenas de manifestantes protestaram contra o facto de stocks de medicamentos genéricos serem travados em vários países europeus nos últimos anos, quando estão em trânsito, devido a problemas de violação das regras de propriedade intelectual.

"A União Europeia aprisiona os nossos medicamentos, e por isso nós aprisionamos a UE", gritaram os manifestantes enquanto aprisionavam de forma simbólica o pavilhão da Comissão Europeia na XVIII Conferência Internacional sobre Sida, em Viena.

"A Comissão Europeia está a prejudicar a vossa saúde", lia-se num cartaz que foi colado sobre bandeiras europeias. "A ganância dos laboratórios pode matar", gritavam os manifestantes, citados pela reportagem da AFP. Alguns pararam no pavilhão alemão para criticar o financiamento de Berlim à luta contra a sida. "África morre, Alemanha faz poupanças".

No mesmo dia, a fundação Unitaid fez saber que em breve vão começar as negociações com os laboratórios farmacêuticos para criar uma comunidade de patentes que permita a comercialização de genéricos nos países mais pobres, contra o pagamento de direitos a esses mesmos laboratórios. A ideia é dar acesso a medicamentos anti-sida a mais pessoas e, ao mesmo tempo, proteger a propriedade intelectual.

Este debate sobre a importância dos genéricos na luta contra o flagelo do VIH/sida aconteceu depois de, na terça-feira à noite, milhares de pessoas terem desfilado pelas ruas da capital austríaca para reclamar o respeito pelos direitos humanos de todos quantos sofrem desta doença. No cortejo participaram figuras como Michel Sidibé, Julio Montaner, Michel Kazatchkine e Henrique Barros, este último coordenador português da luta contra a sida.

fonte: DN

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Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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