sábado, 17 de julho de 2010

Transgénicos: Petição europeia insiste na informação em rotulagem


A petição lançada no âmbito do projeto eMPOWER para tornar obrigatória a informação nos rótulos de produtos de origem animal, se foram alimentados com rações transgénicas, vai continuar apesar de o Parlamento Europeu ter rejeitado a medida.

A petição, lançada em junho, recolheu 263 assinaturas em Portugal, Itália e Grécia, existindo muitos outros movimentos europeus com iniciativas sobre a questão dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

A Liga para a Protecção da Natureza (LPN), parceira deste projeto, vai assim continuar a defender o direito dos consumidores à informação quando vão comprar um produto de origem animal - como carne, leite ou ovos - para que saibam se os animais foram alimentados com rações de origem transgénica, “havendo indícios de que no presente será a maioria”, sublinha.

A matéria foi a votos no dia 07 no Parlamento Europeu, que não aprovou a emenda proposta, mas segundo Margarida Silva, coordenadora da plataforma, “foi por poucos votos (18)”.

“Era preciso maioria absoluta e teve maioria simples. Ninguém esperava que tantos deputados votassem a favor desta iniciativa”, disse à Lusa a especialista.

Zélia Vitorino, da LPN, explicou, por seu lado, que a petição vai continuar porque o Tratado de Lisboa abriu uma nova possibilidade aos cidadãos de sugerirem alterações à legislação, desde que recolham um mínimo de milhão de assinaturas, número difícil de conseguir e que apenas assegura a discussão na Comissão Europeia, segundo Margarida Silva.

O objetivo passa também por “conseguir legitimidade política para confrontar os eurodeputados portugueses que votaram contra e que estão a lesar as expetativas dos cidadãos”, acrescentou.

A batalha não acabou. “Há muitas outras coisas que podem fazer-se. Estamos em várias frentes. Esta semana, o ministro da Agricultura, depois de reunir connosco, anunciou que ia votar contra o arroz transgénico”, referiu.

Os eurodeputados, frisou, “têm de sentir que são responsáveis perante o público e não apenas perante o partido”, desafiou Margarida Silva, reconhecendo que o caminho não é fácil porque “a indústria não está a favor” da medida. “Sabem que acabaria o mercado dos transgénicos se os consumidores tivessem a informação”.

Esta plataforma nasceu com o objetivo de aproximar os cidadãos do processo político europeu, tornando-os mais influentes nas decisões e na elaboração de legislação para o Ambiente, juntando gregos, portugueses e italianos num projeto para lançamento de petições on-line.

Trata-se de uma plataforma na Internet com as parcerias das agências de notícias nacionais de Portugal, Itália e Grécia e de organizações não governamentais do ambiente.

fonte: Jornal i

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