quarta-feira, 21 de julho de 2010

Investigação do 'Washington Post' revela América "secreta"


O diário 'The Washington Post' divulgou hoje mais de 2100 locais do país onde funcionam agências de espionagem e segurança, no terceiro e último artigo de uma investigação de dois anos intitulada "Top Secret America".

O artigo de hoje - a que os autores chamaram "The secrets next door" (Os segredos na porta ao lado) - é particularmente impressionante, sobretudo na sua versão online, em que se pode ver a concentração de agências de espionagem, segurança, operações clandestinas e as empresas consultoras de todo o sistema com uma concentração maior à volta da área metropolitana de Washington DC.

"Fort Meade, em Maryland, é a capital dos Estados Unidos secretos, uma geografia alternativa do país definida pela concentração das organizações mais secretas do governo e das empresas que trabalham com elas", lê-se no artigo.

Fort Meade, onde está a sede da agência de Segurança Nacional (NSA) "é o maior de uma dúzia de agrupamentos em todo o país que são os centros nervosos dos Estados Unidos secretos e dos seus 854 mil funcionários".

O mapa inclui a localização de 786 locais onde o Departamento da Defesa leva a cabo trabalhos de espionagem, inteligência e operações especiais, 535 do Departamento de Segurança Nacional e 449 da Oficina Federal de Investigações (FBI).

Além disto, estão também identificadas 234 localizações do Departamento de Justiça, 92 da Direcção de Controlo de Drogas, 36 da Agência Central de Inteligência (CIA), outras 34 de várias agências civis envolvidas na "segurança nacional" e 20 da própria NSA.

"Nos subúrbios de todo o país, os serviços de segurança fazem o seu trabalho de forma anónima", refere o jornal: "É um trabalho que não se vê mas o seu impacto, certamente, faz-se sentir".

Todos estes locais, prossegue a artigo, "são versões mais discretas das tradicionais cidades militares: dependem economicamente do orçamento federal e a sua função única define a sua cultura".

"A diferença é que as Forças Armadas não são uma cultura secreta. Nestes agrupamentos, a credencial digital é muitas vezes a única indicação do trabalho que tem uma pessoa. O trabalho não é discutido e os destacamentos também não", lê-se na investigação, cuja publicação termina hoje.

"A existência destes outros locais é tão pouco conhecida que a maioria das pessoas não se dá conta de que se aproxima, por exemplo, do epicentro de Fort Meade, embora os sistemas de orientação por satélite (GPS) nos seus automóveis comece a dar indicações incorrectas que levam o condutor para uma série de desvios porque o governo interfere em todos as orientações", explica o Washington Post.

A investigação deste jornal norte-americano adianta ainda que à volta das instalações governamentais crescem as empresas privadas que conseguem contratos para trabalhar nos serviços de segurança: "Mais de 250 empresas, que equivalem a 13 por cento de todas as empresas dos Estados Unidos secretos, têm presença na área de Fort Meade."

O mapa interactivo, além dos agrupamentos mais notórios, mostra também as localizações de agências governamentais e empresas privadas relacionadas a que o diário chamou "a indústria de segurança nacional", em todos os estados do país.

fonte: DN 

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Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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