sábado, 31 de julho de 2010

Guerra aos talibãs custou cinco vezes PIB português


Congresso americano está cada vez mais dividido sobre o financiamento do esforço militar e a estratégia para o conflito.

A explosão de uma bomba artesanal, ontem, numa estrada da região de Delaram, província de Nimroz, sudoeste do Afeganistão, matou 25 pessoas e feriu com gravidade mais 20. Este ataque dos rebeldes ocorreu horas depois de o Congresso americano ter aprovado um reforço de 59 mil milhões de dólares (45 mil milhões de euros) para financiar o conflito, após uma discussão que mostrou crescentes divisões políticas.

O incidente de ontem em Delaram foi atribuído aos talibãs e, segundo o governador da província, Ghulam Azad, a bomba visava uma coluna de tropas internacionais. Os soldados da NATO ajudaram depois a retirar os feridos. Os talibãs, citados pela AFP, negaram envolvimento e culparam a NATO. Nimroz é uma região desértica a sul de Herat, onde se regista forte infiltração de rebeldes.

O conflito já tem nove anos e alguns políticos dos EUA começam a mostrar dúvidas sobre a estratégia. Com o reforço financeiro aprovado na terça-feira à noite em Washington, os custos desta guerra ultrapassaram pela primeira vez a marca de um bilião de dólares (mil milhões), o equivalente a cinco anos de PIB português ou a quase totalidade do défice orçamental americano deste ano.

A discussão do Congresso mostrou fortes divisões e chegou a ser votada uma resolução a favor da retirada de tropas americanas do Paquistão, proposta pelo representante democrata Dennis Kucinich (da ala esquerda do partido) e o libertário republicano Ron Paul. O documento teve apenas 38 votos a favor, mas o reforço financeiro teve 114 votos contra, sendo aprovado por 308 congressistas.

O debate foi marcado pelo caso Wikileaks, a divulgação de 90 mil documentos militares, e os dirigentes esforçaram-se por tranquilizar a opinião pública. O Presidente Obama afirmou estar preocupado com a publicação de "informação sensível" e que esta podia pôr em perigo pessoas no terreno, mas lembrou que não havia nos documentos nenhum assunto que não tivesse já sido discutido. O chefe do Estado-Maior, almirante Mike Mullen, explicou em Bagdad que os documentos "cobrem o período entre 2004 e 2009, e muito mudou" desde o ano passado.

fonte: DN

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Veja aqui os telegramas publicados por The Guardian

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